tag:blogger.com,1999:blog-21311191219535406882024-03-21T07:09:46.354+00:00ATUDA - papel eletrônicoPoesia - Literatura - ArteEduardo Mirandahttp://www.blogger.com/profile/07880812029710704252noreply@blogger.comBlogger1235125tag:blogger.com,1999:blog-2131119121953540688.post-10173795421843653462014-03-01T01:00:00.000+00:002014-03-17T17:56:29.496+00:00Editorial <div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://thegospelcoalition.org/blogs/justintaylor/files/2013/02/lent.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://thegospelcoalition.org/blogs/justintaylor/files/2013/02/lent.gif" height="640" width="548" /></a></div><style type="text/css">p.subt {line-height: 150%; font-size:88%; }</style><br />
<div class="subt" style="text-align: right;"><i>“Omnium enim rerum principia parva sunt”</i><br />
<b>~ <a href="http://en.wikipedia.org/wiki/Marcus_Tullius_Cicero" target="_blank">Cícero</a></b>, in De Finibvs Bonorvm et Malorvm, Liber Qvintvs</div><br />
<div style="text-align: justify;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjX0aup0EHCnSwgl-O4k9NouSE5DKZm2qTlw6dhi6_KtmicGm6OqHVn_EA7gyOSnVWNrV9ZppmjOKmnCqAhoRNlKCXfGQ2TSZt5iNn1QpZKccs-bGtKM7opP9x4iE1mnDHwtJ55LMf9pDd9/s1600/ex-libris+6yo.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 0em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjX0aup0EHCnSwgl-O4k9NouSE5DKZm2qTlw6dhi6_KtmicGm6OqHVn_EA7gyOSnVWNrV9ZppmjOKmnCqAhoRNlKCXfGQ2TSZt5iNn1QpZKccs-bGtKM7opP9x4iE1mnDHwtJ55LMf9pDd9/s1600/ex-libris+6yo.jpg" /></a>Março <b>TUDA</b> ~ <b>TUDA</b> Março!<br />
<br />
Nem só de Terças-Gordas e Quartas-Magras (ou de Cinzas!) é feito o Carnaval, festa originalmente criada pelos Gregos em agradecimento aos deuses pela fertilidade e produção do solo. Na antiguidade, o <i>Carne Vale</i> era marcado por grandes festas, onde se comia, bebia e buscava-se prazeres, incessantemente. O Carnaval prolongava-se por sete dias nas ruas, praças e casas da Antiga Roma, entre 17 a 23 de Dezembro. Todas as atividades e negócios eram suspensos neste período, os escravos ganhavam liberdade temporária para fazer o que bem quisessem, e as restrições morais eram relaxadas. Hoje em dia, uma vez institucionalizado, o Carnaval acabou perdendo a graça, assim como o futebol... e embora seja apenas uma opinião, o dinheiro realmente enfastia as coisas... Mais ou menos como a história dos Javalis zarolhos de Quixeramobim caçando folhas de ipê em Georgetown, no Kentucky... Pangrama puro. Chato mesmo!<br />
<br />
<a href="http://www.stephenmackey.com/paintings4/acarnivorousflower.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 0em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="http://www.stephenmackey.com/paintings4/acarnivorousflower.jpg" height="191" width="200" /></a>E quanto mais eu penso mais eu questiono - melhor, não questiono não, eu desafio mesmo! Que desafiar é a melhor maneira de tratar o pré-estabelecido, simplesmente por ter sido estabelecido anteriormente e assim não aceitar outras possibilidades. Os receiosos do novo, independentemente do novo ser novo ou velho, mas apenas por ser outro. Assim, por puro acaso de não sei o quê, sem pensar, sem mesmo lembrar da data, passei um carnaval sem carnavalias, sem alegrias induzidas - embora tenha tomado meu vinhozinho - ou situações pré-fabricadas. E é claro que comi carne na Quarta de Cinzas!<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://t1.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcSTP_UjmD47VCxOG4040oCFmht-mUWOA56o-D_YXJFnhZyyjOw&t=1" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 0em; margin-right: 0.5em;"><img border="0" src="http://t1.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcSTP_UjmD47VCxOG4040oCFmht-mUWOA56o-D_YXJFnhZyyjOw&t=1" /></a></div><i>Brazilian? Oh, yeah... Carnaval, football, Pelé, women...</i> é, pode ser, mas tem prostituição infantil também, problemão com drogas realmente destrutivas como crack, óxi e crocodil, tem a burguesia babaca que sustenta a hipocrisia na base do fuminho e do pó, tem a coisificação do corpo, a vulgarização da mulher (e a aceitação dela em ser vulgarizada, o que acaba provocando um machismo oportunista), a corrupção institucionalizada, a miséria tolerada, a gritante diferença social (que por ser assumida e aceita desencadeia a exploração do achatado), a ficção macro-econômica, a ilusão micro-econômica, a cultura - praticamente nula - do povo, não só por culpa do povo, mas também e principalmente por pura conveniência do andar de cima, assim como convenientemente muitas coisas não são tratadas seriamente no país do futebol, do carnaval, das praias maravilhosas e das mulheres gostosas... não convêm, entende?!?<br />
<br />
<a href="http://fc06.deviantart.net/fs71/f/2010/190/3/a/shithead_by_hardnox757.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 0em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="http://fc06.deviantart.net/fs71/f/2010/190/3/a/shithead_by_hardnox757.jpg" height="180" width="140" /></a>É isso aí companheiros & companheiras, igualmente engajados nessa suja e fedorenta LabUTA do dia a dia, que quanto mais suja e fedorenta se torna, mais vontade dá de meter a mão na sujeira e limpar a merda toda! Para quê, ainda é uma pergunta a ser respondida, mas se formos esperar respostas acabamos como todos os outros, de mãos nos bolsos. Por isso, camaradinha, o negócio é meter a mão na merda mesmo, sem nojo nem pudor... pode até usar luvinha se quiser, e pregadorzinho no nariz, para evitar a náusea, mas o importante mesmo é meter a mão na massa e tirar a merda da frente... E haja merda!<br />
<br />
<a href="http://i165.photobucket.com/albums/u50/Krylontk/InternetExplorerWallpaper.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 0em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://i165.photobucket.com/albums/u50/Krylontk/InternetExplorerWallpaper.jpg" height="152" width="200" /></a>Em pleno fim-de-semana de São Patrício, padroeiro da Irlanda, na verdade Patrício é o padroeiro da bebedeira institucionalizada, uma das poucas hiprocisias irlandesas. Provavelmente o mais amplamente comemorado dia de santo no mundo, poucos sabem ou lembram o que o<i> Paddy Day</i> celebra, e o que acaba acontecendo é um monte de gente vestida em trajes verdes, saindo as ruas em uma longa caminhada festiva... é a chamada <i>St. Patrick's Parade</i> Dia de São Patrício é provavelmente o mais amplamente comemorado dia de santos no mundo.<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh4b64eK8ACj7MZlVt9XBtbu0dFgzJ2QIXpEmEqtNoKLSUU8-nzqyVcfh3H-i4ZEmQZRm5Wn5E_Dbu_P8Nk1hyphenhyphenMqUsPeOobYZ5doPH6o8lk2chPOGvbY4D4_jHcV85gLl2v28eIloGMdUbY/s1600/QG.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh4b64eK8ACj7MZlVt9XBtbu0dFgzJ2QIXpEmEqtNoKLSUU8-nzqyVcfh3H-i4ZEmQZRm5Wn5E_Dbu_P8Nk1hyphenhyphenMqUsPeOobYZ5doPH6o8lk2chPOGvbY4D4_jHcV85gLl2v28eIloGMdUbY/s1600/QG.jpg" height="300" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>QG TUDA Março</i></td></tr>
</tbody></table>Pela desclassificação na Copa, pela descarnavalização do carnaval, pelas praias despoluídas, e em suporte à dita "mulher feia" (já que beleza é relativa e também institucionalizada). Se há uma maneira mais fácil de se fazer algo, faça... contanto que não prejudique ninguém, não vá contra os seus princípios, não limite sua criatividade, e não comprometa a qualidade do resultado. E <b>TUDA</b> acaba sempre tomando o caminho mais longo em favor ao resultado esperado...<br />
<br />
<i>Asyno <a href="http://edotm.info/">Eduardo Miranda</a>,<br />
o (auto-proclamado) editor<br />
deste porto qvasjsseguro da jlha do Eire<br />
oje, dezº qvjmº dia do terçº mez<br />
d este Anno Domini de MMXIV</i></div>TUDA - Papel Eletrônicohttp://www.blogger.com/profile/12185223988028461195noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2131119121953540688.post-67237182223959069032014-03-01T00:59:00.000+00:002014-03-17T16:55:26.723+00:00Dívida Interna<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="http://www.ecouterre.com/wp-content/uploads/2012/11/not-for-sale-1-537x402.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://www.ecouterre.com/wp-content/uploads/2012/11/not-for-sale-1-537x402.jpg" height="317" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>Photo by <a href="http://www.shutterstock.com/" target="_blank">Shutterstock</a></i></td></tr></tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><b>Editor</b><br />Eduardo Miranda<br /><br /><b>Capa</b><br />José Geraldo de Barros Martins<br /><br /><b>Blogagem</b><br />Eduardo Miranda<br /><br /><b>Revisão</b><br />dos autores<br /><br /><b>Participam desta edição:</b><br />Aaron Fulcher, Agnolo Bronzino, André Martins de Barros, Andrea Tonellotto, Aristides Klafke, Arnaldo Xavier, Barcelos na Net, Celia de Fréine, Cesar Cruz, Chet Zar, Conor Walton, Dorival Fontana, Eduardo Miranda, Elvis Kleber & Ítalo Cajueiro, Ferreira Gullar, Gabriel Fernandes, Graeme Maclean, João Cabral de Melo Neto, José Carlos de Souza, José Geraldo de Barros Martins, José Miranda Filho, Júlia (Feito à Mão), Léon Augustin Lhermitte, Marina Alexiou, Miguel Falcão, Plínio de Aguiar, Rafael Moralez, Rene Magritte, Ronald Augusto, Shutterstock e Stephen Mackey.<br /><br /><b>E-mail<br /></b><a href="http://www.blogger.com/tuda.papel.eletronico@googlemail.com">tuda.papel.eletronico@gmail.com</a>TUDA - Papel Eletrônicohttp://www.blogger.com/profile/12185223988028461195noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2131119121953540688.post-56261060989113944482014-03-01T00:58:00.000+00:002014-03-17T16:55:26.740+00:00Poesia - Arnaldo Xavier<div style="text-align: justify;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgnsvZUrJCCt93lOLgDuekUq-e2O22nV4H5lzP77fXAMwtZm76yOrZLl5xgtZWYKTiroTxSiccQmoqgPFJmRziUNXwYQOApNjNVfn6yWLGs9xLFBIxI8jsvnOSP9Z8DWqWtuw4eW2wcFOa6/s1600/p2250419.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgnsvZUrJCCt93lOLgDuekUq-e2O22nV4H5lzP77fXAMwtZm76yOrZLl5xgtZWYKTiroTxSiccQmoqgPFJmRziUNXwYQOApNjNVfn6yWLGs9xLFBIxI8jsvnOSP9Z8DWqWtuw4eW2wcFOa6/s1600/p2250419.jpg" height="400" width="396" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>Oriki de Xangô ~ by <a href="http://juliafeitoamao.wordpress.com/" target="_blank">Júlia</a></i></td></tr></tbody></table><span style="font-family: "Courier New",Courier,monospace; font-size: 80%;"> subsenhor <b>Sol lh</b>es sombras ferramentas de esculpir<br />escuridão para<b>doxal luz</b> lua bala prateada nó coração da noite<br />O horizontal ja<b>mais</b> se deitará com o vertical Porque do animal<br />singularíssimo que és nã<b>o sairá</b>s</span></div><br /><span style="font-size: x-small;">[ in <i>Lud-Lud</i>, Casa Pyndahýba Editora, São Paulo, 1998 ]</span>TUDA - Papel Eletrônicohttp://www.blogger.com/profile/12185223988028461195noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2131119121953540688.post-19968801340417577162014-03-01T00:57:00.000+00:002014-03-17T16:55:26.757+00:00Poesia - Aristides Klafke<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="http://www.andreatonellotto.com/uploads/2/1/2/7/2127079/5395697_orig.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://www.andreatonellotto.com/uploads/2/1/2/7/2127079/5395697_orig.jpg" height="400" width="388" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>Nobody (Polaroid) ~ <a href="http://www.andreatonellotto.com/" target="_blank">Andrea Tonellotto</a></i></td></tr></tbody></table><b>22</b><br /><br />Se de poesia um dia padeci<br />(morrer por ela eu era capaz) <br />é porque em mim <br />ela, excelsa, acesa, excitava <br />era vício tenaz <br />Vírus vital que fazia a cabeça<br /><br />Queimava ruidosa por dentro <br />Florescia na pele<br />Palpitava nos olhos <br />Comprazia a volúpia<br />Esporeava os sentidos<br /><br />Mas um dia virou cinza <br />Vertigem, claridade devastada <br />Desapareceu do mapa<br />Tomou chá de sumiço<br /><br />Outro dia, como se do nada <br />Ressurgiu enxugada <br />Altiva e rosada <br />Renovada <br />Verve atiçada<br />Vasta e robusta <br />Me busca <br />Onde quer que eu me ache<br />E brusca<br />Com cara de santa<br />Diz que padece de mim <br />Que é toda minha<br />“Leve-me contigo! Leve-me contigo!”<br />Quer vir comigo <br />Onde quer que (eu) <br />Vamos<br /><br /><i>[ in Quebrada, inédito ]</i>TUDA - Papel Eletrônicohttp://www.blogger.com/profile/12185223988028461195noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2131119121953540688.post-4720329051156472972014-03-01T00:56:00.000+00:002014-03-17T16:55:26.774+00:00Poesia - Plínio de Aguiar<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="http://payload.cargocollective.com/1/1/59128/702702/enterro.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://payload.cargocollective.com/1/1/59128/702702/enterro.jpg" height="271" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>Enterro ~ ilustração contida na primeira edição de "Vida e Morte Severina",<br />de João Cabral de Melo Neto, editada pelo autor.</i></td></tr></tbody></table><b>O Enterro De Pai<br /></b><br />Os cantos dos pássaros passam.<br /><br />Às quatro horas em ponto fecharam<br />O caixão do morto.<br />Os presentes acompanharam-no<br />Até à cova. Naturalmente.<br />Não houve qualquer questionamento<br />Porque exatamente às quatro horas em ponto<br />Eliminou-se a imagem do morto.<br /><br />Os domingos com chuva também passam.<br /><br /><i><span style="font-size: x-small;">[ </span></i><span style="font-size: x-small;">in</span><i><span style="font-size: x-small;"> Buraco na Meia, Rio de Janeiro, Booklink, 2009]</span></i>TUDA - Papel Eletrônicohttp://www.blogger.com/profile/12185223988028461195noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2131119121953540688.post-78336244020726123852014-03-01T00:52:00.000+00:002014-03-17T16:55:26.792+00:00Poesia - Dorival Fontana<div style="text-align: center;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="http://www.chetzar.com/images/2011/AndyDick_11x14_OilOnBoard.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://www.chetzar.com/images/2011/AndyDick_11x14_OilOnBoard.jpg" height="400" width="312" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>Andy Dick, oil on bord - 11x14 ~ by </i><i><a href="http://www.chetzar.com/" target="_blank">Chet Zar</a></i></td></tr></tbody></table><b>Solidão</b><br /><br />Pelas lágrimas<br />frias ou cálidas<br />transborda a alma.<br />A distância é cada vez<br />maior num abraço.<br />Mãos trêmulas<br />afagam cabelos,<br />manipulam cérebros,<br />manipulam membros.<br />Todo amor que resta<br />no singelo contato<br />de um beijo,<br />morre sem abrigo<br />sentado no banheiro.</div>TUDA - Papel Eletrônicohttp://www.blogger.com/profile/12185223988028461195noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2131119121953540688.post-62355378262795991732014-03-01T00:51:00.000+00:002014-03-17T16:55:26.810+00:00Poesia - José Carlos de Souza<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="http://hyperallergic.wpengine.netdna-cdn.com/wp-content/uploads/2013/05/moma_magritte_humancondition-640.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://hyperallergic.wpengine.netdna-cdn.com/wp-content/uploads/2013/05/moma_magritte_humancondition-640.jpg" height="400" width="322" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>La Condition Humaine, 1933, Oil on canvas ~ by <a href="http://www.renemagritte.org/" target="_blank">Rene Magritte</a></i></td></tr></tbody></table><b>Janela</b><br /><br />janela<br />mobile retrátil<br />suporte<br />de efêmeras imagens<br />encarte<br />de supostos poemas<br />suspensos<br />em lâminas metálicas<br /><br />enquadrando a paisagem<br />que se move<br />em ritmos variados<br />/diluindo verdades/<br />incorporando a visão<br />das mais distintas linguagens.TUDA - Papel Eletrônicohttp://www.blogger.com/profile/12185223988028461195noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2131119121953540688.post-35173740114510771952014-03-01T00:49:00.000+00:002014-03-17T16:55:26.828+00:00Poesia - Marina Alexiou<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/0/0f/Angelo_Bronzino_-_Laura_Battiferri_-_WGA03262.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/0/0f/Angelo_Bronzino_-_Laura_Battiferri_-_WGA03262.jpg" height="400" width="321" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>Ritratto di Laura Battiferri ~ by Agnolo Bronzino, c.1555-60</i><br />Imagen enviada pela autora</td></tr></tbody></table>O seu olhar precisa ser frio como lâmina<br />a cortar os ventos fragorosos da intempérie<br />que são os seus pensamentos.<br />O devaneio, objetivo.<br />Decisivo.<br />O véu que cobre este rosto sereno de marfim<br />adorna o céu plúmbeo de um futuro<br />que lhe é desconhecido,<br />por estar envolto em mistérios que<br />seus delgados dedos não desvendarão.<br />Seus olhos, no entanto,<br />descansam entre promessas, memórias e lembranças.<br />luminosas como a sua efígie,<br />a predizer o encontro com a altiva imagem saturnal...<br />O sorriso virá, assim que ela acordar das reflexões<br />e captar o momento para além <br />da inexistente certeza expressa em seu semblante.<br />Bela como sempre, ela surgirá com esperada doçura<br />e abordará o destino,<br />Com a coragem dos nobres do espírito e do tempo.TUDA - Papel Eletrônicohttp://www.blogger.com/profile/12185223988028461195noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2131119121953540688.post-39717295741687620282014-03-01T00:45:00.000+00:002014-03-17T16:55:26.845+00:00Poesia - Rafael Moralez<div style="text-align: left;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgCuQKDR7nt5nO_3UwDxwTXUDWM8mWRnMhyphenhyphentgxzI0mrU1GWTtIJLZC8AyKpEJrOGkyKXx0do4kYF_gz_hKEPmqmh_phdryJ2M_XwnymUBPDFcg2Pqa2PVZRUIDAZugptCKFr0pmPvWadYwR/s1600/So%CC%81_%232.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgCuQKDR7nt5nO_3UwDxwTXUDWM8mWRnMhyphenhyphentgxzI0mrU1GWTtIJLZC8AyKpEJrOGkyKXx0do4kYF_gz_hKEPmqmh_phdryJ2M_XwnymUBPDFcg2Pqa2PVZRUIDAZugptCKFr0pmPvWadYwR/s1600/So%CC%81_%232.jpg" height="640" width="384" /></a></div><br />TUDA - Papel Eletrônicohttp://www.blogger.com/profile/12185223988028461195noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2131119121953540688.post-50231152921739614212014-03-01T00:38:00.000+00:002014-03-17T16:55:26.861+00:00Conto - José Geraldo de Barros Martins<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiaCJevw4tUJB84QnCjTtaIV7sX1FIb0dQirB-OpLPeGjoMyBRsFh_tU5u16gopBsIlmA9X2_bIFtsLSTn6olziX6eIqnuLaImfZxDkGiBoSjQ6dosDLdkcp4E7mrBfhY33YSBW4EaiwBeT/s1600/neuqueana.gif" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiaCJevw4tUJB84QnCjTtaIV7sX1FIb0dQirB-OpLPeGjoMyBRsFh_tU5u16gopBsIlmA9X2_bIFtsLSTn6olziX6eIqnuLaImfZxDkGiBoSjQ6dosDLdkcp4E7mrBfhY33YSBW4EaiwBeT/s320/neuqueana.gif" height="400" width="307" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>Ilustração de José Geraldo de Barros Martins</i></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><b>Tradição é Tradição<br /></b><br />Anne Marie Margot realmente não se adaptara ao espírito daquela academia de ginástica: as conversas banais, as revistas fúteis que as pessoas liam enquanto se exercitavam, a mania das alunas se pesarem a todo instante, os olhares ensandecidos que os alunos lançavam enquanto ela fazia exercícios de glúteos, eram detalhes que não passavam desapercebidamente ante a sua visão crítica do ambiente… Só não se matriculara em outra academia porque aquela era a mais próxima da sua casa, e ela achava que o tipo de pessoas das outras academias deveria ser o mesmo…<br /><br />A única pessoa que os diáfanos olhos de Anne Marie Margot admiravam, era um sujeito que sempre trajava uma camiseta de uma marca de artigos esportivos da década de setenta que já não existe mais… “Eu me lembro desta grife, onde será que ele arrumou esta camiseta???”… era o que ela pensava enquanto o observava lendo um tomo tão pesado como um halter… ambos faziam bicicleta ergométrica. – “Desculpe-me por interromper sua leitura, mas esta marca que você está usando já não existe há muito tempo… onde você conseguiu???”<br /><br />- “Meu pai morava no interior, em São Luís do Paraitinga e uma vez ele vinha subindo a Taubaté-Ubatuba (*) em uma “Rural” e encontrou um caminhão capotado, sem os ocupantes, com um monte de camisetas sobre o asfalto, ele recolheu o material esportivo... que foi a única herança que ele me deixou…”<br /><br />“E o que é que você está lendo???”<br /><br />“Finnegans Wake, saiu agora em versão portuguesa, foi um cara do Rio Grande do Sul que fez a tradução, você sabia que só a França, Japão e o Brasil é que são os países que traduziram toda a obra de James Joyce???”<br /><br />- “Há não diga… dele eu só li Dublinenses…” e assim começou uma conversa animada…<br /><br />No dia seguinte, sábado, estavam os dois na Academia HIPERFITNESS, quando uma frequentadora pediu para mudar o canal da TV posicionada defronte as esteiras… “É que a Sheilinha, minha sobrinha vai aparecer cantando no programa do Raul Gil!!!” – disse a tal frequentadora.<br /><br />Pela primeira vez naquela academia, a TV não mais sintonizou a MTV… Ambos faziam esteira… ela observava atentamente o programa e de repente ficou envergonhada ao imaginar que aquele intelectual por quem já estava apaixonada, percebesse seu interesse pelos shows dos calouros de auditório... mas percebeu que ele também acompanhava a TV e disse:<br /><br />“Você gosta do Raul Gil ???”<br /><br />- “Claro que gosto, inclusive quando eu era criança eu cantei no programa dele…”<br /><br />- “Eu também acompanho desde criancinha… lembro inclusive, faz muito tempo, de um menino de sombreiro vermelho, em lágrimas, cantando “Galopeira”. (**)<br /><br />- “Mas eu cantei “Galopeira”, e meu chapéu era vermelho… Então você lembra??? … Era eu!!!”<br /><br />- “É claro que lembro, eu cresci na esperança de ver de novo aquele garoto… e agora o encontrei…”<br /><br />Em pouquíssimo tempo estavam namorando, abandonaram a HIPERFITNESS e há cinco anos fundaram uma academia de ginástica, chamada OS ACADÊMICOS, um lugar onde se ouve a BBC de Londres executando música clássica (ao invés do rock bate estaca), onde a balança informa o peso da pessoa por categoria (mosca, pena, médio, médio ligeiro, meio-pesado, etc. ) ao invés de mostrar numéricamente os quilos... onde o frasco que é usado para borrifar alcoól nos colchonetes contém gin inglês (o que faz com que os alunos possam tomar um traguinho entre os exercícios e que os colchonetes fiquem sempre perfumados) e que a TV só exibe pérolas do cinema brasileiro (chanchadas da Atlântica , Cinema Marginal , etc.)… Contrariando as previsões dos famosos especialistas, o empreendimento foi um sucesso.<br /><br />Pela primeira vez o aparelho de de televisão da prodigiosa academia não irá mais mostrar um obra de Carlos Manga ou de Rogério Sganzerla... é que sábado que vem, estará sintonizado no programa de Raul Gil, pois o filho de Anne Maria Margot participará do quadro de calouros mirins para executar (usando o mesmo sombreiro vermelho) aquela canção que seu pai cantara muitos anos antes…<br /><br /><hr align="left" width="30%" /><span style="font-size: x-small;">(<b>*</b>) Rodovia Osvaldo Cruz ( SP-125 ).</span><br /><span style="font-size: x-small;">(<b>**</b>) “Galopeira” (Maurício Cardoso Ocampo – versão: Pedro Bento).</span></div>TUDA - Papel Eletrônicohttp://www.blogger.com/profile/12185223988028461195noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2131119121953540688.post-59309052538973617732014-03-01T00:37:00.000+00:002014-03-17T17:31:18.579+00:00Cronica - Cesar Cruz<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://amdbartiste.free.fr/galerie/g_images/PIECE05/eru_g10.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://amdbartiste.free.fr/galerie/g_images/PIECE05/eru_g10.jpg" height="346" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>Le philosophe, oil on canvas ~ <a href="http://amdbartiste.free.fr/" target="_blank">André Martins de Barros</a></i></td></tr>
</tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><b>Guia Prático para o Sucesso<br />
</b><br />
<div style="text-align: justify;">Comprei e espremi todos os 427 livros que ensinam o sucesso, existentes em língua portuguesa. O sumo e o resumo estão abaixo, exclusivos para o fiel leitor do TUDA!<br />
<br />
Para ter sucesso você precisa: <br />
<br />
Ser magro, ser saudável, ser bonito, ser otimista, ser generoso, ser charmoso, ser cordial, ser sincero, ser trabalhador, ser malhado, ser visionário, ser empregável, ser forte, ser flexível, ser veloz, ser adaptável, ser capaz, ser ponderado, ser objetivo, ser franco, ser cheiroso, ser atento, ser formado, ser inteligente, ser paciente, ser determinado, ser afetuoso, ser corajoso, ser bom, ser interessado, ter dentes brancos, ter esperança, ter iniciativa, ter bom senso, ter calma, ter boa aparência, ter caráter, ter eficácia, ter coração, ter recursos, ter fé, ter consideração, ter ânimo, ter pensamento positivo, ter seios fartos, ter persistência, ter capacidade, ter temperança, ter músculos, ter razão, ter cabeça, saber compreender, saber ouvir, saber a teoria, saber a prática, saber sorrir, saber esperar, saber calcular, saber inglês, saber respeitar, saber falar, saber calar, saber escrever, saber ler, saber se colocar, saber abstrair, saber pensar, saber agarrar, saber captar, saber correr, saber parar, saber focar, saber agir, saber o que fazer e saber das coisas. <br />
<br />
Porém não pode:<br />
<br />
Ser chato, ser insistente, ser medroso, ser mal-educado, ser irredutível, ser feio, ser deselegante, ser impertinente, ser reticente, ser displicente, ser prolixo, ser descabelado, ser derrotista, ser interesseiro, ser sedentário, ser puxa-saco, ser teimoso, ser preguiçoso, ser covarde, ser cardíaco, ser fedido, ser entediante, ser horácio*, ser fracote, ser mesquinho, ser egoísta, ficar desanimado, ficar triste, ficar incrédulo, ficar cansado, ficar doente, ficar depressivo, ficar nervoso, ficar descontente, ficar desesperançoso, ficar desassossegado, ficar desiludido, ter colesterol, ter dores, ter caspa, ter receio, ter dúvidas, ter bafo, ter cecê, ter celulite, ter dívidas, ter espinhas e ter um infarto. <br />
<br />
Anotou? </div>TUDA - Papel Eletrônicohttp://www.blogger.com/profile/12185223988028461195noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2131119121953540688.post-22457799909270629972014-03-01T00:36:00.000+00:002014-03-17T16:55:26.892+00:00Conto - José Miranda Filho<div style="text-align: justify;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="http://noamazonaseassim.com.br/wp-content/uploads/2013/04/P%C3%B4r-do-Sol-no-rio-Negro-Vila-de-Carvoeiro-Barcelos-AM.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://noamazonaseassim.com.br/wp-content/uploads/2013/04/P%C3%B4r-do-Sol-no-rio-Negro-Vila-de-Carvoeiro-Barcelos-AM.jpg" height="300" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>by <a href="http://barcelosnanet.com/" target="_blank">Barcelos na Net</a></i></td></tr></tbody></table><b>Encontro de Amigos - Parte 28</b><br /><br />Robson Silvério, secretário particular do Doutor Jackson Stevenson era um nordestino amazonense, nascido em Barcelos, pequena cidade à margem do Rio Negro,de grande importância histórica, cultural e econômica do Estado. Quando menino, Robson costumava banhar-se nas águas escuras do Rio Negro, juntamente com os colegas do Colégio Rio Branco. Após as aulas, notadamente aquelas que terminavam mais cedo, eles, em grupo de nunca menos do que cinco colegas, iam banhar-se naquelas águas serenas e límpidas até o entardecer.<br /><br />Robson, ainda aos dez anos de idade, órfão da mãe foi com o pai para o Rio de Janeiro, em conseqüência de um acidente rodoviário que seu pai sofrera. Caminhoneiro de profissão, seu pai, Raimundo Silvério era um homem corpulento, cheio de vida e bastante atento à educação do filho. Quando sua mãe morreu, ele prometeu que cuidaria do menino e o faria, com a graça de Deus, um grande homem. No Rio de Janeiro, após ter sofrido o acidente, seu Raimundo encontrou guarida na casa dos Stevenson, onde fora trabalhar de motorista para o Doutor Jackosn. Robson cresceu naquele ambiente singular e rígido, amparado pelo amor e pela dedicação. Estudou direito, sempre com a ajuda da família. Formou-se. Fez os primeiros estudos pós-graduados no Rio de Janeiro, no Colégio Rio Branco. Quando o Doutor Jackson era titular do escritório de advocacia Jackson e Simonsen, Advogados Associados, Robson trabalhava como empregado, encarregado da área trabalhista. Em 1959, após ser aprovado no concurso do Itamaraty e ser nomeado embaixador no Paraguai, Doutor Jackson o levou como secretário particular, em homenagem ao seu pai, mas principalmente pelo grau de cultura que Robson possuía. Era, realmente, um jovem culto e de grande conhecimento do Direito Trabalhista Internacional. Em Dublin, no tempo em que Doutor Jackson permaneceu como embaixador, era ele que cuidava de toda correspondência, bem como dos compromissos do embaixador.<br /><br />Após a morte daquele que em vida fora seu segundo pai, Robson resolveu abrir um escritório de advocacia em São Paulo, onde atualmente presta serviços para as grandes empresas multinacionais no ramo tributário e direito civil internacional, além de consultorias para o mercosul.</div>TUDA - Papel Eletrônicohttp://www.blogger.com/profile/12185223988028461195noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2131119121953540688.post-44602276882054798172014-03-01T00:35:00.000+00:002014-03-17T16:55:26.908+00:00Crônica - Gabriel Fernandes<div style="text-align: justify;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="http://images.forwallpaper.com/files/thumbs/preview/37/378101__children-party_p.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://images.forwallpaper.com/files/thumbs/preview/37/378101__children-party_p.jpg" height="250" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>Festa de Criança ~ papel de parede, domínio público</i></td></tr></tbody></table><b>Festa de criança</b><br /><br />Festa de criança é um treco muito engraçado mesmo. A gente não tem filhos pequenos há muito tempo, mas sempre aparece um avozinho convidando para uma festinha de um netinho. Em geral, o evento ocorre num final de semana, o que nos obriga a permanecer em São Paulo. Mais em geral ainda, num sábado, bem no meio da tarde, na hora da sesta, do futebol com os colegas ou de uma partida do Real Madrid na TV a cabo.<br /><br />Em respeito aos amigos, a gente acaba indo. O local? Ah, o local! De preferência em um condomínio na periferia da cidade. No mínimo uma hora de viagem, desviando de ruas congestionadas, tentando escapar por caminhos provavelmente mais rápidos, o que, por desgraça, nunca acontece. Para complicar, chove. O trânsito parece cortejo fúnebre em cidade do interior: se arrasta devagarinho.<br /><br />Com sorte se chega ao local onde deveria estar o condomínio. Azar. Rua errada. Existem duas com o mesmo nome: uma rua e uma alameda. A gente tem cinquenta por cento de probabilidade de acertar, mas erra. Vai parar no mais remoto cafundó; não encontra ninguém para pedir informação; acaba voltando, refazendo o caminho na esperança de encontrar a rua certa.<br /><br />Depois de se rodar como um coió, por acaso encontra um vigia sonolento que conhece mais ou menos o endereço. Finalmente, depois de muito errar, a alameda certa. Uma rua de terra, com água correndo a céu aberto numa extensa e larga valeta que ameaça engolir o carro.<br /><br />Ainda chove. Os sapatos são as vítimas mais castigadas pela lama, mas as calças não ficam incólumes.<br /><br />Chega-se com quase duas horas de atraso. Os amigos ainda nos recebem com um pombas-isso-lá-são-horas-de-chegar!<br /><br />A festinha está no auge. Como um monumento à má sorte, os brinquedos infláveis contratados para a ocasião estão abandonados sobre o gramado encharcado. Na sala da casa, as crianças assistem a um impagável teatrinho de marionetes.<br /><br />Depois de nos ignorar por um bom tempo, a dona da festa nos recebe com cara de que-porra-o-vocês-estão-fazendo-aqui. A gente se faz de desentendida; entrega o presentinho comprado às pressas e se senta à mesa junto com os bisavôs da criança. Além de enfeites e uns potinhos com mostarda, ketchup e maionese, não há mais nada sobre a mesa. Nem um biscoitinho para se chuchar na maionese.<br /><br />À mesa, o assunto, depois de passar pela atualização das doenças senis, é a falta de alguma coisa mastigável ou bebível na festa.<br /><br />O tio está faminto a ponto de fazer um escândalo. O bisavô pergunta ao garçom se não tem nada pra se comer. Com a desculpa de vou-dar-um-olhadinha-lá-dentro, o cara desaparece por quase uma hora.<br /><br />O anfitrião, muito atencioso e gentil, quer saber se estamos sendo bem atendidos, se estamos satisfeitos. Todos respondem que sim como num desafinado jogral. Preferem sacrificar a verdade a perder uma boa amizade.<br /><br />Finalmente, o garçom reaparece equilibrando uma bandeja com quatro minis hambúrgueres na mão. Numa manobra de puro reflexo, consegue desviar do tio que se preparava para agarrar pelo menos dois e vai servir uma mesa em que se sentam amigos mais categorizados.<br /><br />O bisavô fica uma fera. Levanta-se, pega a mulher pela manga da blusa e dispara um vamos-embora-minha-velha-que-a-festa-acabou. Aproveitamos a deixa para nos mandar também.<br /><br />A dona da festa tenta convencer os avôs a ficarem. Diz que já vão cantar os parabéns, que é rapidinho: Fica vô! Mas o ancião está inflexível.<br /><br />Conformada, a mãe da criança entrega as lembrancinhas aos famintos que saem resmungando.<br /><br />O bom da história é que os pais dos donos da festa nem se dão conta da mancada.<br /><br />No próximo convite, eu poderia inventar uma desculpa esfarrapada, uma perna quebrada, uma doença contagiosa ou a morte de um parente fictício, mas a boa amizade é assim mesmo. Para quem já foi a infinitos aniversários dos filhos dos amigos, não custa, agora, prestigiar os dos filhos dos filhos. É para isso que servem os verdadeiros amigos. Feliz quem os tem, como eu.</div>TUDA - Papel Eletrônicohttp://www.blogger.com/profile/12185223988028461195noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2131119121953540688.post-91214996921745403532014-03-01T00:30:00.000+00:002014-03-17T16:55:26.923+00:00Tradução - Eduardo Miranda<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="http://g1b2i3.files.wordpress.com/2011/07/leon-augustin-lhermitte-harvest-at-the-farm-on-rue-chaily.jpg?w=604" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://g1b2i3.files.wordpress.com/2011/07/leon-augustin-lhermitte-harvest-at-the-farm-on-rue-chaily.jpg?w=604" height="327" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><a href="http://fr.wikipedia.org/wiki/L%C3%A9on_Lhermitte" target="_blank">Léon Augustin Lhermitte</a> ~ La Fenaison à la ferme de Rue Chailly</i></td></tr></tbody></table><blockquote><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://www.celiadefreine.com/portrait.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 0em; margin-left: 0.5em;"><img border="0" src="http://www.celiadefreine.com/portrait.jpg" height="180" width="144" /></a></div><div style="text-align: justify;"><i>Célia de Freiné é uma poeta, dramaturga e roteirista irlandesa que escreve em Irlandês e em Inglês. Ela nasceu em Newtownards, County Down e se mudou para Dublin ainda criança, mas manteve fortes ligações com a Irlanda do Norte. Célia passou a maior parte de seus verões com sua família em Donaghadee. Ela agora divide seu tempo entre Dublin e Connemara.</i></div></blockquote><b>Línguamãe</b><br /><a href="http://www.celiadefreine.com/" target="_blank"><i>por Celia de Fréine</i></a><br /><br />Quando a língua da montanha<br />foi proscrita, os homens<br />foram agrupados e aferroados.<br /><br />Além de suas tarefas normais,<br />as mulheres<br />agora tinham que salvar a colheita.<br /><br /><div style="text-align: right;"><b>Máthairtheanga</b><br /><a href="http://www.celiadefreine.com/" target="_blank">ag Celia de Fréine</a><br /><br /><i>An lá ar coscadh teanga an tsléibhe<br />cluicheadh fir na háite<br />is ceanglaíodh laincisí orthu.<br /><br />I dteannta a ngnáthchúraimí<br />fágadh faoi na mná<br />an fómhar a bhaint.</i></div><br /><span style="font-size: x-small;">[ in The New Irish Poets, edited by Selina Guinness, Bloodaxe Books Ltd, UK, 2004 ]</span>TUDA - Papel Eletrônicohttp://www.blogger.com/profile/12185223988028461195noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2131119121953540688.post-56715734489222431832014-03-01T00:25:00.000+00:002015-06-19T18:50:25.252+01:00Foreign Words - João Cabral de Melo Neto<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="http://www.paraiba.com.br/static/images/noticias/normal/1380648743747-morte-e-vida.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://www.paraiba.com.br/static/images/noticias/normal/1380648743747-morte-e-vida.JPG" height="238" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>Ilustração extraída do desenho animado "Morte e Vida Severina", versão audiovisual da obra prima de João Cabral de Melo Neto, adaptada para os quadrinhos pelo cartuinista Miguel Falcão (assista <a href="http://youtu.be/_gGnN4It8Dc" target="_blank">aqui</a>).</i></td></tr></tbody></table><b>Death & Life Severina</b><br /><span style="font-size: 85%; font-style: italic;">by Eduardo Miranda<br />extracted from the book Morte e Vida Severina, 1966</span><br /><br />This grave where you are,<br />measured by strife<br />is the smallest share<br />you've got in life.<br /><br />Neither wide nor profound, <br />good size, but still bridled,<br />this is the piece of ground<br />to which you are entitled.<br /><br />It’s not a big grave,<br />but measured and spared,<br />the land which you craved<br />one day to see shared.<br /><br />It is a big grave <br />for your poor soul <br />and you'll be more safe<br />then you were in the world.<br /><br /><div style="font-style: italic; text-align: right;"><b>Vida e Morte Severina</b><br /><span style="font-size: 85%;">extraído de Morte e Vida Severina</span><br /><br />Essa cova em que estás,<br />com palmos medida,<br />é a cota menor<br />que tiraste em vida.<br /><br />É de bom tamanho,<br />nem largo nem fundo,<br />é a parte que te cabe<br />neste latifúndio.<br /><br />Não é cova grande.<br />é cova medida,<br />é a terra que querias<br />ver dividida.<br /><br />É uma cova grande<br />para teu pouco defunto,<br />mas estarás mais ancho<br />que estavas no mundo.</div>TUDA - Papel Eletrônicohttp://www.blogger.com/profile/12185223988028461195noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2131119121953540688.post-8975565452262775452014-03-01T00:20:00.000+00:002014-03-17T16:55:26.957+00:00Releitura - Ferreira Gullar<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/e/ea/Scary_clown.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/e/ea/Scary_clown.jpg" height="300" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>Scary Clown ~ <a href="http://www.flickr.com/photos/32426344@N00" target="_blank">Graeme Maclean</a></i></td></tr></tbody></table><b>Poema obsceno<br /></b><br />Façam a festa<br /> cantem e dancem<br />que eu faço o poema duro<br /> o poema-murro<br /> sujo<br /> como a miséria brasileira<br /><br /> Não se detenham:<br /> façam a festa<br /> Bethânia Martinho<br /> Clementina<br /> Estação Primeira de Mangueira Salgueiro<br /> gente de Vila Isabel e Madureira<br /> todos<br /> façam<br /><br /> a nossa festa<br />enquanto eu soco este pilão<br /> este surdo<br /> poema<br />que não toca no rádio<br />que o povo não cantará<br />(mas que nasce dele)<br />Não se prestará a análises estruturalistas<br />Não entrará nas antologias oficiais<br /> Obsceno<br />como o salário de um trabalhador aposentado<br /> o poema<br />terá o destino dos que habitam o lado escuro do<br />país<br /> - e espreitam. TUDA - Papel Eletrônicohttp://www.blogger.com/profile/12185223988028461195noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2131119121953540688.post-49604894643174237782014-03-01T00:15:00.000+00:002014-03-17T16:55:26.974+00:00Ilustração - Conor Walton<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="http://www.conorwalton.com/images/2011/narcissus2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://www.conorwalton.com/images/2011/narcissus2.jpg" height="400" width="237" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><a href="http://www.conorwalton.com/" target="_blank">Conor Walton</a> ~ Neoprimitive Narcissus<br />oil on linen, 50 x 30 inches, 2011</i></td></tr></tbody></table><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="http://www.conorwalton.com/images/2012/speechless.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://www.conorwalton.com/images/2012/speechless.jpg" height="400" width="300" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><a href="http://www.conorwalton.com/" target="_blank">Conor Walton</a> ~ Speechless<br />oil on linen, 36 x 27 inches, 2012</i></td></tr></tbody></table>TUDA - Papel Eletrônicohttp://www.blogger.com/profile/12185223988028461195noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2131119121953540688.post-73125784815018922572014-03-01T00:10:00.000+00:002020-04-26T22:23:24.942+01:00Ensaio - Ronald Augusto<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiVbpWpMv79rBYfyYFvZrcWF2rLt2WOyGWH9_Tfq7Q6vwB8pc_QTyT09heMtyNJGE9zvHbyeuS6rdAYRNbk5fS3AZdiCcE7P9DMexLIFLvLXMIxgDfLrFq2S4bahDDY3ttbtJBFNOQ1N6Ah/s1600/ovoavestruz.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="466" data-original-width="700" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiVbpWpMv79rBYfyYFvZrcWF2rLt2WOyGWH9_Tfq7Q6vwB8pc_QTyT09heMtyNJGE9zvHbyeuS6rdAYRNbk5fS3AZdiCcE7P9DMexLIFLvLXMIxgDfLrFq2S4bahDDY3ttbtJBFNOQ1N6Ah/s400/ovoavestruz.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: justify;"><b>Aqui Há Dragões</b><i> (do latim <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Hic_sunt_dracones" target="_blank">HIC SVNT DRACONES</a>), é uma frase usada </i><i><i>para designar territórios desconhecidos ou perigosos em mapas medievais</i>. Tal frase foi encontrada apenas no </i><i><a href="http://en.wikipedia.org/wiki/Hunt-Lenox_Globe" target="_blank">Globo de Lenox</a> e, recentemente descoberta, numa representação do Novo Mundo feita num <a href="http://news.nationalgeographic.com/news/2013/08/130821-ostrich-globe-map-discovery-science-nation/" target="_blank">ovo de avestruz</a>.</i></td></tr>
</tbody></table><b>Felizmente passou<br />
</b><br />
Se os bons escritores apelam à relevância da crítica, os maus escritores a fazem necessária. Bons livros tornam possível e louvável a crítica que reconhece e traz à superfície as qualidades de tais obras. Mas os livros ruins – ainda mais quando tidos e havidos por obras sérias – afirmam o gesto indispensável da crítica que procura revelar esse blefe. Portanto, é justo que sejamos gratos – e críticos com relação – aos livros ruins e àqueles que, seja por boas ou más intenções, tentam nos passar semelhante conversa. Isto posto, passemos ao comentário propriamente dito.<br />
<br />
Entre as três leituras significativas, deste ano de 2013, que gostaria de destacar – coerente com o parágrafo acima e atendendo à solicitação do Edson Cruz, editor do site de literatura e arte <a href="http://www.musarara.com.br/" target="_blank">http://www.musarara.com.br</a> –, confesso que apenas uma foi efetivamente surpreendente, ou seja, prazerosa, e, por isso, começo por ela. Trata-se do livro <i>Las montañas del oro</i> do poeta argentino Leopoldo Lugones, um dos mestres de Jorge Luis Borges. A obra foi publicada em 1897, mesmo ano de publicação do poema <i>Un coup de dés</i> de Mallarmé. Lugones inicia seu percurso poético com <i>Las montañas del oro</i>. O conjunto é cheio de excelentes poemas em prosa, mas muitos deles conformados à métrica. Como um poeta ligado à escola simbolista, Lugones gosta das formas híbridas, assim, ao invés de fazer uma espécie de transição do verso medido para o livre, experimentando no meio do caminho o poema em prosa, que é de ritmo mais distenso, ele dá à prosa o vertebrado do verso metrificado, de onde resulta uma bela tensão. Além disso, Leopoldo Lugones é muito bom no campo visual, tem imagens poderosas. Por divertimento, gosto de definir Lugones como um baita simbolista francês que, por alguma razão, resolveu escrever seus poemas em espanhol; talvez seja por isso que em vários momentos sua linguagem acaba por neutralizar a aspereza constitutiva do seu idioma. <br />
<br />
A segunda leitura, que na verdade ainda não está finalizada (falta pouco), é a <i>Metafísica</i> de Aristóteles. Um clássico. Isto significa, simples assim, que deve ser lido, ponto. Um clássico cuja leitura vale o cansaço de cursar filosofia aos cinquent’anos da minha idade. Só mesmo um filósofo tão desanuviado – <i>et pour cause</i>, grego – e que opera com a perplexidade a partir do senso comum, poderia conceber o apetite pelo conhecimento do seguinte modo: “...devemos partir do que mal-e-mal é cognoscível, mas cognoscível para nós, e procurar chegar ao cognoscível absoluto, por via como dissemos, daquelas mesmas coisas de que temos conhecimento”. Anoto que dou ênfase na passagem citada ao aspecto prospectivo desse movimento, isto é, interessa o que nos é mal-e-mal cognoscível. Agora, quanto à pretensão ao “cognoscível absoluto”, isto fica pra bem mais tarde.<br />
<br />
A última leitura não chegou a ser um prazer, mas uma enorme frustração, quer dizer, foi de “tirar o fôlego”, mas ao revés, em escala negativa. Reli <i>Toda Poesia</i> de Paulo Leminski e saí desanimado dela. E tal sensação se produziu a partir da seguinte intuição: quando lia os poemas (as tiradas) de Paulo Leminski era como se eu estivesse lendo poemas de poetas da minha e da geração subsequente tal é a facilidade com que essa poesia se oferece à imitação. Afinal, quem joga com quem? Parece haver algo de mórbido ou de fantasmagórico nisso, porque – admitindo que o ar esteja efetivamente viciado – tudo leva a crer que Leminski é que posa como o diluidor deles. Uma originalidade tão pavimentada quanto exausta. Paulo Leminski sobrevive (mal e banalmente) em seus imitadores retardatários. Com isso não isento Leminski, em outras palavras, o retardamento poético não deve ser imputado tão só aos seguidores e admiradores, mas ele é como que uma transformação dos predicados da poesia do poeta de Curitiba. Enfim, já escrevi longamente sobre esse <i>best seller</i> de 2013 e também fui apedrejado por isso. Não houve réplica crítica, como de hábito, mas tão só cusparada reativa de fãs devotos do poeta judoca. Tudo bem, felizmente passou.<br />
<br />
A todos, meus votos de excelentes leituras em 2014!TUDA - Papel Eletrônicohttp://www.blogger.com/profile/12185223988028461195noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2131119121953540688.post-51800338262787012082014-03-01T00:09:00.000+00:002014-03-17T16:55:27.007+00:00Vídeo - Elvis Kleber & Ítalo Cajueiro<div style="text-align: center;"><br /><iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="344" src="//www.youtube.com/embed/qLTzbfopMmE" width="459"></iframe><br /><br />O Coronel e o Lobisomem, animação de Elvis Kleber & Ítalo Cajueiro</div>TUDA - Papel Eletrônicohttp://www.blogger.com/profile/12185223988028461195noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2131119121953540688.post-58139301513114414212014-02-01T01:00:00.000+00:002014-02-16T22:21:00.942+00:00Editorial <table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/f/f2/Valentin_de_Boulogne,_Judith_and_Holofernes.jpg/640px-Valentin_de_Boulogne,_Judith_and_Holofernes.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/f/f2/Valentin_de_Boulogne,_Judith_and_Holofernes.jpg/640px-Valentin_de_Boulogne,_Judith_and_Holofernes.jpg" height="448" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>Judith Beheading Holofernes ~ <a href="http://en.wikipedia.org/wiki/Caravaggio" target="_blank">Caravaggio</a></i></td></tr></tbody></table><style type="text/css">p.subt {line-height: 150%; font-size:88%; }</style><br /><p class="subt" style="text-align: right;"><i>“Je suis desja d'amour tanné<br />Ma tres doulce Valentinée...”</i><br /><b>~ <a href="http://fr.wikipedia.org/wiki/Charles_Ier_d%27Orl%C3%A9ans" target="_blank">Charles d'Orléans</a></b>, Rondeau VI, lignes 1–2</p><br /><div style="text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjX0aup0EHCnSwgl-O4k9NouSE5DKZm2qTlw6dhi6_KtmicGm6OqHVn_EA7gyOSnVWNrV9ZppmjOKmnCqAhoRNlKCXfGQ2TSZt5iNn1QpZKccs-bGtKM7opP9x4iE1mnDHwtJ55LMf9pDd9/s1600/ex-libris+6yo.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjX0aup0EHCnSwgl-O4k9NouSE5DKZm2qTlw6dhi6_KtmicGm6OqHVn_EA7gyOSnVWNrV9ZppmjOKmnCqAhoRNlKCXfGQ2TSZt5iNn1QpZKccs-bGtKM7opP9x4iE1mnDHwtJ55LMf9pDd9/s1600/ex-libris+6yo.jpg" /></a></div><b>TUDA</b> Fevereiro ~ Fevereiro <b>TUDA</b>!<br /><br />Diz a lenda que o imperador romano Cláudio II, durante seu governo, proibiu a realização de casamentos por acreditar que se os jovens não tivessem família se alistariam no exército com maior facilidade - faz sentido: cabeça vazia morada do demônio; no caso, morada do Imperador. Valentim foi o bispo que continuou a celebrar casamentos às escondidas, pelas costas do imperador. Desmascarado, Valentim foi preso e condenado à morte. Na prisão certa vez recebeu a visita de Astérias, a filha cega do carcereiro. Os dois acabaram se apaixonando e a jovem milagrosamente recuperou a visão!<br /><br /><table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="http://www.manuelavalenti.com/wordpress/wp-content/uploads/2009/08/happyvalentinesday2.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 0em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://www.manuelavalenti.com/wordpress/wp-content/uploads/2009/08/happyvalentinesday2.jpg" height="133" width="200" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>Happy Valentine’s Day ~ <a href="http://www.manuelavalenti.com/" target="_blank">Manuela Valenti</a></i></td></tr></tbody></table>Embora as tradições folclóricas européias de São Valentim tenham sido corrompidas por um certo romantismo americanizado (esses americanos!), ainda o associam com o advento da primavera, e há lugares onde é celebrado como o dia em que começa o trabalho nas vinhas e nos campos, e essa associação com o Dia dos Namorados é relativamente recente; tradicionalmente era 12 de Março (dia de São Gregório) ou 22 de Fevereiro (dia de São Vicente). E Santo Antônio, o patrono do amor, é comemorado em 13 de Junho...<br /><br />Valentim foi decapitado em 14 de Fevereiro de 270.<br /><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj-GW433-RDyqrK2hdKVCH7m713VRRPFWjys-ewVE-EPwQDXWba3QW8arsWcnupDEnflt9pmNv7ssITCdkz7PPkAPLLE2Jg75mkR73T4qgMfiphPVxIbLKWHRPGUIOMo5nITTPc1mtsV2Bk/s400/futebol-manipula%C3%A7%C3%A3o.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: left; margin-bottom: 0em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj-GW433-RDyqrK2hdKVCH7m713VRRPFWjys-ewVE-EPwQDXWba3QW8arsWcnupDEnflt9pmNv7ssITCdkz7PPkAPLLE2Jg75mkR73T4qgMfiphPVxIbLKWHRPGUIOMo5nITTPc1mtsV2Bk/s400/futebol-manipula%C3%A7%C3%A3o.jpg" height="114" width="150" /></a>É isso aí companheiros & companheiras, na velha e suja LabUTA do dia a dia, cada vez mais suja, ainda mais agora que foi revelado o que este espaço já notara: manifestação é coisa pra inglês ver! E eles estão chegando!! Junto com franceses, italianos, espanhóis, e também americanos, os donos do quintal! A vida imita a arte, como já dizia o poeta. Protestar contra a Copa seria não consumí-la! Mas aí já seria ser sério demais, não é mesmo? Seria pedir demais, afinal, quem vive sem futebol?!? Então só nos resta metermos na cara nossa máscara V de Vendeta e sairmos nas ruas a espevitar nossas ideologias cheias de boas-intenções - algumas bem sinceras - e assim fazer notícia. E no fim do dia, entrar num ônibus ou metrô, pagar a taxa abusiva que protestávamos, chegar em casa e sentar passivamente frente à TV - o futebol começa logo após a novela! - e tomarmos uma para relaxar: Brahma ou Antarctica ou Bohemia ou Skol ou Stella Artois... e se não é álcool o seu babado, Guaraná ou Soda ou Sukita ou H2OH ou Pepsi ou Ice Tea ou Gatorade... dá tudo na mesma! E coca-cola também pode!<br /><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgPE4cIfwOHI6r4pn4_FrQGbdcQ2-OoObXhniwNNSR4a5GiHPFUQgpHMcRTyi3UAhxixKPITcqGO8Z7TR7ZNpEzgIi7cgnNmbF8R1lZWVk3rniV2ZiAPVJ3STu1IS-NrB1DDPUGcAW25G9k/s1600/QG-1402.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgPE4cIfwOHI6r4pn4_FrQGbdcQ2-OoObXhniwNNSR4a5GiHPFUQgpHMcRTyi3UAhxixKPITcqGO8Z7TR7ZNpEzgIi7cgnNmbF8R1lZWVk3rniV2ZiAPVJ3STu1IS-NrB1DDPUGcAW25G9k/s1600/QG-1402.jpg" height="262" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>QG de TUDA, Fevereiro 2014</i></td></tr></tbody></table>Já se foi dito que a única arma eficiente contra o capital é o capital: quanto mais ricos, mais se importam com seus bens, os somíticos, cauilas e forretas; até que esse apego excessivo ao dinheiro se torne uma obsessão e eclodam em ridicularias, em profusões, bradando suas prodigalidades sem dadivosidade!<br /><br />O pão duro do pobre sempre será menos duro que o do pão-duro. Só eles é que não percebem...<br /><br /><i>Asyno <a href="http://edotm.info/">Eduardo Miranda</a></i><br /><i>o (auto-proclamado) editor</i><i> deste porto semisseguro da jlha do Eire</i><br /><i> oje, dezº qvjmº dia do segvmº mez</i><br /><i> d este Anno Domini de MMXIV</i></div>TUDA - Papel Eletrônicohttp://www.blogger.com/profile/12185223988028461195noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2131119121953540688.post-20425076836051848012014-02-01T00:59:00.000+00:002014-02-16T22:21:00.957+00:00Dívida Interna<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgO1uUnGE8eAdrX4Gpb6D3IGd8wotqQP4SAgCXzNykdN3wkvu5o5AiTrPvFC_QqESKig6y8QgFSamDB629hqkRNaI-YUL85y_XBgj_9qMpluL0rETFGW5bRnMMYxGQ3pEjZ28fU12UJcqQ/s1600/Trapped+Love.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgO1uUnGE8eAdrX4Gpb6D3IGd8wotqQP4SAgCXzNykdN3wkvu5o5AiTrPvFC_QqESKig6y8QgFSamDB629hqkRNaI-YUL85y_XBgj_9qMpluL0rETFGW5bRnMMYxGQ3pEjZ28fU12UJcqQ/s1600/Trapped+Love.jpg" height="317" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>Trapped Love ~ <a href="http://yglamprakis.blogspot.com/" target="_blank">Y. G. Lamprakis</a></i></td></tr></tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><b>Editor</b><br />Eduardo Miranda<br /><br /><b>Capa</b><br />José Geraldo de Barros Martins<br /><br /><b>Blogagem</b><br />Eduardo Miranda<br /><br /><b>Revisão</b><br />dos autores<br /><br /><b>Participam desta edição:</b><br />Alex Florschutz, Andy Council, Aristides Klafke, Arnaldo Xavier, Bethany Helzer, Caravaggio, Cesar Cruz, Charles d'Orléans, Dorival Fontana, Eduardo Miranda, Eric Zener, Hamilton Faria, Jan van Eyck, Jeff Christensen, José Geraldo de Barros Martins, José Miranda Filho, Kathryn Renee, Luiz Gama, Manuela Valenti, Maria do Rosário Pedreira, Marina Alexiou, Nâzim Hikmet, Nicholas Petrucci, Paul Vogeler, Pedro Du Bois, Piet Mondrian, Pieter Janssens Elinga, Plínio de Aguiar, Roberto Bolaño, Smith & Foulkes, Tim Burton, Y. G. Lamprakis<br /><br /><b>E-mail<br /></b><a href="http://www.blogger.com/tuda.papel.eletronico@googlemail.com">tuda.papel.eletronico@gmail.com</a>TUDA - Papel Eletrônicohttp://www.blogger.com/profile/12185223988028461195noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2131119121953540688.post-10929512179032070882014-02-01T00:58:00.000+00:002014-02-16T22:21:00.970+00:00Poesia - Arnaldo Xavier<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="http://uploads5.wikipaintings.org/images/piet-mondrian/trafalgar-square-1943.jpg!Blog.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://uploads5.wikipaintings.org/images/piet-mondrian/trafalgar-square-1943.jpg!Blog.jpg" height="400" width="327" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>Trafalgar Square, 1939-43 ~ <a href="http://www.wikipaintings.org/en/piet-mondrian" target="_blank">Piet Mondrian</a></i></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Courier New",Courier,monospace; font-size: 80%;"><br />subsenhor <b>So</b><b>l lh</b>es sombras ferramentas de esculpir<br />escuridão para<b>doxal luz</b> lua bala prateada nó coração da noite<br />O horizontal jamais se deitará com o vertical Porque do animal<br />singularíssimo que és nã<b>o sairá</b>s<br /></span></div><br /><span style="font-size: small;">[ in <i>Lud-Lud</i>, Casa Pyndahýba Editora, São Paulo, 1998 ]</span>TUDA - Papel Eletrônicohttp://www.blogger.com/profile/12185223988028461195noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2131119121953540688.post-18072160511293234042014-02-01T00:57:00.000+00:002014-02-16T22:21:00.984+00:00Poesia - Aristides Klafke<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="http://www.andycouncil.co.uk/archive/Andy%20Council%20-%20Tank%20Human%20Heart.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://www.andycouncil.co.uk/archive/Andy%20Council%20-%20Tank%20Human%20Heart.jpg" height="400" width="295" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>Tank Human Heart ~ <a href="http://www.andycouncil.co.uk/" target="_blank">Andy Council</a></i></td></tr></tbody></table><b>12</b><br /><br />Num forno <br />Meu coração<br />De barro<br />- que pão!<br /> Meu quente coração<br />Meu coração<br />Numa cascata<br />De sangue<br />- que vinho! <br /> Meu sedento coração<br />Meu coração<br />Na tua mão<br />Meu amor<br />- que corte!<br /> Meu cicatrizado coração<br /><br /><i>[ in Quebrada, inédito ]</i>TUDA - Papel Eletrônicohttp://www.blogger.com/profile/12185223988028461195noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2131119121953540688.post-48470125696137366512014-02-01T00:56:00.000+00:002014-02-16T22:21:00.997+00:00Poesia - Plínio de Aguiar<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="http://florschutz.com/wp-content/gallery/devine-source/divine-source-fire.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://florschutz.com/wp-content/gallery/devine-source/divine-source-fire.jpg" height="400" width="382" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>Divine Source - Fire ~ <a href="http://florschutz.com/" target="_blank">Alex Florschutz</a></i></td></tr></tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><b>Como Amei Você Minha Menina Na Surdina<br />da Aleivosia Montada no Segredo</b><br /><br />hotel de sangue<br />hímen andróide Blade Runner,<br />unha de veludo.<br /><br />o jornal morreu sobre o lençol<br />manchado<br />o gerente agarrou o cheque.<br /><br /><i>[in Lira Rústica, Booklink, 2005]</i>TUDA - Papel Eletrônicohttp://www.blogger.com/profile/12185223988028461195noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2131119121953540688.post-56126858437038327422014-02-01T00:54:00.000+00:002014-02-16T22:21:01.011+00:00Poesia - Hamilton Faria<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="http://katrenee.com/images/sized/uploads/gallery/masks-960x1242.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://katrenee.com/images/sized/uploads/gallery/masks-960x1242.jpg" height="400" width="309" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>Masks ~ <a href="http://katrenee.com/" target="_blank">Kathryn Renee</a></i></td></tr></tbody></table><b>Máscara<br /></b><br /><br />Dá-me uma máscara, Pai,<br />Para suportar a dor do humano<br />E ainda rir por trás dos panosTUDA - Papel Eletrônicohttp://www.blogger.com/profile/12185223988028461195noreply@blogger.com0