Em associação com Casa Pyndahýba Editora
Ano I Número 5 - Maio 2009Releitura - Murilo Mendes

Canção do exílio
Minha terra tem macieiras da Califórnia
onde cantam gaturamos de Veneza.
Os poetas da minha terra
são pretos que vivem em torres de ametista,
os sargentos do exército são monistas, cubistas,
os filósofos são polacos vendendo a prestações.
A gente não pode dormir
com os oradores e os pernilongos.
Os sururus em família têm por testemunha a Gioconda.
Eu morro sufocado
em terra estrangeira.
Nossas flores são mais bonitas
nossas frutas mais gostosas
mas custam cem mil réis a dúzia.
Ai quem me dera chupar uma carambola de verdade
e ouvir um sabiá com certidão de idade!
O homem, a luta e a eternidade
Adivinho nos planos da consciência
dois arcanjos lutando com esferas e pensamentos
Mundo de planetas em fogo
Vertigem
Desequilíbrio de forças
Matéria em convulsão ardendo pra se definir.
Ó alma que não conhece todas as suas possibilidades,
o mundo ainda é pequeno pra te encher.
Abala as colunas da realidade,
desperta os ritmos que estão dormindo.
À guerra! Olha os arcanjos se esfacelando!
Um dia a morte devolverá meu corpo,
minha cabeça devolverá meus pensamentos ruins,
meus olhos verão a luz da perfeição
e não haverá mais tempo.
Adivinho nos planos da consciência
dois arcanjos lutando com esferas e pensamentos
Mundo de planetas em fogo
Vertigem
Desequilíbrio de forças
Matéria em convulsão ardendo pra se definir.
Ó alma que não conhece todas as suas possibilidades,
o mundo ainda é pequeno pra te encher.
Abala as colunas da realidade,
desperta os ritmos que estão dormindo.
À guerra! Olha os arcanjos se esfacelando!
Um dia a morte devolverá meu corpo,
minha cabeça devolverá meus pensamentos ruins,
meus olhos verão a luz da perfeição
e não haverá mais tempo.
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