After Sunset - Wilmer Dewing |
Canto Ex-Primido
Julho 1972-Suécia
Saudade/Presença | do semblante |
do corpo intenso | da cabeça em desalinho |
do peito eterno | da espera contida |
afago | na solidão |
na força | paciente |
nascente | jazida |
do sentimento | fonte |
da mola ardente | esperança |
diferente | mergulhada |
no seio da manhã | adiante |
todo dia | prometida |
em veia interrogante | da procura |
levantada | nos braços |
da mulher | estrangeira |
Ari Candido Fernandes (Londrina, 1951) cursou cinema na Universidade de Brasília. Em 1971, ameaçado pelo artigo 477 da Lei de Segurança Nacional, partiu para a Suécia. De Estocolmo foi para Paris, onde, à partir de 1975, continuou sua formação em cinema na Nouvelle Sorbonne. Seu primeiro curta, Martinho da Vila Paris 1977, capta a passagem do sambista carioca por Paris. Em 1978, foi para a África documentar o conflito entre eritreus e etíopes, um dos últimos capítulos da história de independência dos países africanos. Realiza Por quê a Eritréia?, filmado em plena guerrilha. Também atuou como fotógrafo para diversas agências de notícias européias. No Brasil, realizou mais três filmes: O rito de Ismael Ivo (2003), retrato biográfico do bailarino negro; O moleque (2005), ficção baseada num conto do escritor Lima Barreto; e Pacaembu, terras alagadas (2006), documentário sobre o bairro paulistano. Reconhecido ativista da comunidade negra, Ari Candido coordenou o Projeto Zumbi e foi um dos idealizadores do Dogma Feijoada – movimento cinematográfico disposto a questionar os esteriótipos e o modelo perverso de representação do negro veiculados pelo cinema e pela TV.
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