a brilhar sinuoso verbo sendo água impreciso
sono torto sentido sido líquido morto sem fronteiras
dragão apagado sendo estrada rocha bêbada
espinho floresce sido róseo olhar lagarto raio
sem vértebras sendo pássaro Prateado refaz
escorpiã vereda sido pesado triste rastro religioso
escorpiã vereda sido pesado triste rastro religioso
de metal cromado sendo Raiz mão magra demais
divida o corpo sido sem laço sem percurso
prédio de sonhos minados sendo semelhante galho
amanhece ser orando verde sido Divina roda
morta viva Diluído encontro sendo cavalo
solar sido morcego nuvem luminosa pólvora
entranha escura sendo atalho profundo fogo
se traduz corpo sido outro ângulo cego rosto
se prolonga sendo noite corroída de estrelas
lugar faca afiada sido de flores Ninhos flutuantes
laços roxos sendo sementes de deus disflorme
luz desigual perdida sido folhagem de carne(...)
[ in ÔlhÔs de Xadrez, inédito ]
Arnaldo França Xavier (Campina Grande, 19/11/1948 - São Paulo, 26/01/2004) foi poeta, escritor e pensador do movimento negro no Brasil. Publicou Boleros Pretos, A Roza da Recvsa, Ludlud e Manual de Sobrevivência do Negro no Brasil (ilustrado pelo chargista Maurício Pestana). Participou ainda de inúmeras coletâneas de bibliografia restrita e pequenas tiragens.
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