Coocon |
(...)
Maldigo
Maldigo
a mim,
maldigo
o buraco
sem fim.
Minha alegria
é intempestiva,
fico triste
nas ocasiões
festivas.
As visitas
que nos
visitam
Apenas para
se sentirem
felizes
iludiram-se
na ilusão
de criar-nos
invisíveis
muros.
Em verdade,
teciam
os preciosos
fios
dos nossos
casulos:
Nós,
os loucos,
Nós,
os lúcidos,
fetos
do findo século,
fecundaremos
a terra
que dará
luz
a muitos
outros
lobisomens,
capetas,
caiporas,
romãozinhos...
- multidões
incontroláveis
de bichos
mais
a nós
iguais.
Depois,
inumaremos
nossos fósseis
em paz.
[ in Poemas de Pé e Espinho, inédito ]
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