Em associação com Casa Pyndahýba Editora
Ano I Número 1 - Janeiro 2009Tradução - Eduardo Miranda
Pintor, entalhador, ilustrador de livros, o poeta romântico inglês William Blake (1757-1827) é considerado uma das vozes mais significativas da poesia. Seu texto mais conhecido e admirado é "The Tyger" ("O Tygre"), aqui traduzido. Composto apenas de perguntas, o poema ainda épolêmico e atrai a atenção de críticos, místicos e tradutores de sucessivas gerações.
Combinando linguagens literária e visual numa obra marcada por forte misticismo e erotismo, ela pouco tinha a ver diretamente com assuntos do cotidiano. Sua personalidade complexa e seu texto apocalíptico tornaram difícil a compreensão de sua obra por contemporâneos. Tentativas de explicação desse tigre começam pelo título, grafado com "Y", sugerindo um tigre especial, talvez...
Combustível para discussões é o que não falta. E naturalmente, tal obra foi vastamente traduzida por poetas e tradutores de renome. Minha tradução aqui apresentada não tem a intenção de contrapor outras versões, e é apenas mais uma "tentativa de tradução".
Combinando linguagens literária e visual numa obra marcada por forte misticismo e erotismo, ela pouco tinha a ver diretamente com assuntos do cotidiano. Sua personalidade complexa e seu texto apocalíptico tornaram difícil a compreensão de sua obra por contemporâneos. Tentativas de explicação desse tigre começam pelo título, grafado com "Y", sugerindo um tigre especial, talvez...
Combustível para discussões é o que não falta. E naturalmente, tal obra foi vastamente traduzida por poetas e tradutores de renome. Minha tradução aqui apresentada não tem a intenção de contrapor outras versões, e é apenas mais uma "tentativa de tradução".
o tygre - willian blake
tygre, tygre, intenso brilho & fogo
queima em trevas teu soturno jogo
que mão imortal ou olho ousaria
forjar tua medonha simetria?
em que céu, abismo ou mar
ardeu o fogo do teu olhar?
em que asas o céu desbravou?
e que mãos o fogo dominou?
e que ombros ousaram, que arte,
afrontaram teu coração baluarte?
que ao começar a bater & a bater,
que pés? que mãos irão temer?
qual martelo? qual corrente?
em que fornalha forjaste a mente?
que bigorna? que morsa infinita
desafia tua mortalha maldita?
quando astros lançaram seus arpéus,
e inundaram de lágrimas os céus,
preocupou-se Ele com o que edificou?
quem criou o cordeiro, também te criou?
tygre, tygre, intenso brilho & fogo
queima em trevas teu soturno jogo
que mão imortal ou olho ousaria
forjar tua medonha simetria?
* * *
The tyger - Willian Blake
tyger! tyger! burning bright
In the forests of the night,
What immortal hand or eye
Could frame thy fearful symmetry?
In what distant deeps or skies
Burnt the fire of thine eyes?
On what wings dare he aspire?
What the hand dare seize the fire?
And what shoulder, and what art,
Could twist the sinews of thy heart?
And when thy heart began to beat,
What dread hand? and what dread feet?
What the hammer? what the chain?
In what furnace was thy brain?
What the anvil? what dread grasp
Dare its deadly terrors clasp?
When the stars threw down their spears,
And watered heaven with their tears,
Did he smile his work to see?
Did he who made the Lamb make thee?
tyger! tyger! burning bright
In the forests of the night,
What immortal hand or eye
Dare frame thy fearful symmetry?
tyger! tyger! burning bright
In the forests of the night,
What immortal hand or eye
Could frame thy fearful symmetry?
In what distant deeps or skies
Burnt the fire of thine eyes?
On what wings dare he aspire?
What the hand dare seize the fire?
And what shoulder, and what art,
Could twist the sinews of thy heart?
And when thy heart began to beat,
What dread hand? and what dread feet?
What the hammer? what the chain?
In what furnace was thy brain?
What the anvil? what dread grasp
Dare its deadly terrors clasp?
When the stars threw down their spears,
And watered heaven with their tears,
Did he smile his work to see?
Did he who made the Lamb make thee?
tyger! tyger! burning bright
In the forests of the night,
What immortal hand or eye
Dare frame thy fearful symmetry?
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