Em associação com Casa Pyndahýba Editora
Ano I Número 1 - Janeiro 2009Poesia - Santiago de Novais
O Grande Livro de Preces Brancas
Cantem os cânticos
Já não dou mais importância
De me sentir
Como um tecido
Que a agulha fura impiedosa
Danço nas mãos das costureiras irritadas
Costureiras ávidas com seus dedos rápidos.
Quem é mais?
O dedo agulhado pela agulha prateada
Ou o tecido que nem pediu pra ser bordado?
Ainda mais o bordado tatuado na pele
Se tornando mais importante
Que a própria trama do tecido?
Não quero estes enfeites, quero ser crú.
Prometo a Ossanha, não vou ao baile.
Prometo a Exú, esta dança não danço.
Não prometo nada, canto e danço como o Rei.
Assim Deus costura.
* * *
(Pior quando me põem um botão desnecessário.)
Não tenho o que coser, não tenho o que fechar, não tenho partes, sou um, devogais.
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