Em associação com Casa Pyndahýba Editora
Ano I Número 3 - Março 2009Artigo - Eduardo Sarno
O Múltiplo Gey Espinheira*
Meus parentes e amigos,
Este espaço é ambíguo: celebra a vida e celebra a morte. Podemos dizer também, que ele é complementar, pois vida e morte, quem há de separar?
De Poções para o Mundo. Assim Foi a trajetória do meu primo Gey. Primeiro ele procurou entender o mundo, depois procurou transformá-lo. Para prejuízo nosso, ele entendeu o mundo mais do que conseguiu transformar.
Mas a ação social, política e humana de Gey tende a se multiplicar. Seus numerosos alunos são quase como seguidores, pois possuem a mesma chama que alimentava a energia de Gey.
Ele se foi, e ficamos nós sem ele, mas com o mundo que ele tanto curtiu. Era tanto da Academia quanto do Carnaval, tanto do clássico como do popular, tanto do interior como da capital.
Aquele menino que badocava em Poções não se deslumbrou com o mundo, pois ele percebeu desde cedo que o mundo não era as coisas, mas as pessoas. A Sociologia foi para ele o instrumento para entender como as pessoas se relacionam entre si e como se relacionam com as coisas.
Amável, solidário e desprendido, este era o Gey que muitos conheceram e amaram.
Esgrimia um conhecimento sólido e uma inteligência aguda. O argumento, o raciocínio era uma seqüência de dados e conclusões objetivas, ele não era, seguramente, um metafísico.
Gey das caçadas, Gey da Festa do Divino, Gey do Pelourinho, Gey das farras intermináveis pelas ruas e madrugadas de Oropa, França e Bahia.
A família sempre se orgulhou de suas aparições públicas. Lembro minha filha Vanessa, ainda pequena quando me chamava: "-- Papinho, venha ver tio Gey na televisão!"
E lá estava ele, com seus olhos penetrantes e sua imensa barba branca, que acariciava com prazer. E dizia coisas que todos concordavam, pois era um estudioso sério nas suas análises e conclusões.
Gey cidadão soteropolitano, recebendo emocionante e merecida homenagem na Câmara Municipal da cidade que ele tanto se dedicou.
Foi assim o nosso Gey.
Nossas lembranças passam como um turbilhão por Poções, Jequié, a casa de Dr. Ruy, Iracema, a fileira de irmãos, que estão até hoje na fachada da casa na Rua da Itália, em Poções, na forma de pequenos pinheiros.
Convivemos a meninice, a juventude, a maturidade e a imaturidade!
E tudo gira, tudo roda e o centro deste redemoinho está aqui agora, dizendo para nós: “- Já fui... mas foi a contragosto!”
* Este texto foi lido durante o sepultamento de Gey Espinheira, em 18/3/2009, em Salvador.
Este espaço é ambíguo: celebra a vida e celebra a morte. Podemos dizer também, que ele é complementar, pois vida e morte, quem há de separar?
De Poções para o Mundo. Assim Foi a trajetória do meu primo Gey. Primeiro ele procurou entender o mundo, depois procurou transformá-lo. Para prejuízo nosso, ele entendeu o mundo mais do que conseguiu transformar.
Mas a ação social, política e humana de Gey tende a se multiplicar. Seus numerosos alunos são quase como seguidores, pois possuem a mesma chama que alimentava a energia de Gey.
Ele se foi, e ficamos nós sem ele, mas com o mundo que ele tanto curtiu. Era tanto da Academia quanto do Carnaval, tanto do clássico como do popular, tanto do interior como da capital.
Aquele menino que badocava em Poções não se deslumbrou com o mundo, pois ele percebeu desde cedo que o mundo não era as coisas, mas as pessoas. A Sociologia foi para ele o instrumento para entender como as pessoas se relacionam entre si e como se relacionam com as coisas.
Amável, solidário e desprendido, este era o Gey que muitos conheceram e amaram.
Esgrimia um conhecimento sólido e uma inteligência aguda. O argumento, o raciocínio era uma seqüência de dados e conclusões objetivas, ele não era, seguramente, um metafísico.
Gey das caçadas, Gey da Festa do Divino, Gey do Pelourinho, Gey das farras intermináveis pelas ruas e madrugadas de Oropa, França e Bahia.
A família sempre se orgulhou de suas aparições públicas. Lembro minha filha Vanessa, ainda pequena quando me chamava: "-- Papinho, venha ver tio Gey na televisão!"
E lá estava ele, com seus olhos penetrantes e sua imensa barba branca, que acariciava com prazer. E dizia coisas que todos concordavam, pois era um estudioso sério nas suas análises e conclusões.
Gey cidadão soteropolitano, recebendo emocionante e merecida homenagem na Câmara Municipal da cidade que ele tanto se dedicou.
Foi assim o nosso Gey.
Nossas lembranças passam como um turbilhão por Poções, Jequié, a casa de Dr. Ruy, Iracema, a fileira de irmãos, que estão até hoje na fachada da casa na Rua da Itália, em Poções, na forma de pequenos pinheiros.
Convivemos a meninice, a juventude, a maturidade e a imaturidade!
E tudo gira, tudo roda e o centro deste redemoinho está aqui agora, dizendo para nós: “- Já fui... mas foi a contragosto!”
* Este texto foi lido durante o sepultamento de Gey Espinheira, em 18/3/2009, em Salvador.
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