José Alberto Tavares da Cunha Melo (08 de abril 1942 - 13 de Outubro de 2007) teve seu primeiro livro – Circulo cósmico – publicado em 1966, ano em que o historiador Tadeu Rocha rotulava de Geração de 65 o grupo de poetas surgidos das páginas do Diário de Pernambuco. Cunha Melo já publicou 17 livros, 14 de poesia, e participou de 32 antologias, duas delas internacionais, sendo as mais recentes Os Cem Melhores Poetas Brasileiros do Século, (Geração Editorial – SP), organizada por José Nêumanne Pinto, e 100 Anos de Poesia – Um panorama da poesia brasileira no século XX, (O Verso/ MINC), organizada por Claufe Rodrigues e Alexandra Maia. Na década de 90 seus poemas ganham o Brasil e o exterior, com o livro Yacala lançado na Universidade de Évora, em Portugal, com prefácio do crítico literário e professor da Universidade de São Paulo Alfredo Bosi. Em 2003, em entrevista ao Jornal da USP, Bosi ratifica seu entusiasmo pela poesia de Cunha Melo e o considera o principal nome que vem despontando no cenário poético nacional. Em 2006, Alberto da Cunha Melo publicou pela A Girafa Editora, o livro O Cão de Olhos Amarelos & Outros Poemas Inéditos, uma edição comemorativa dos seus 40 anos de poesia, que mereceu foi escolhido pela Academia Brasileira de Letras, em 2007, como o melhor livro de poesia publicado no ano de 2006, no Brasil, recebendo assim o Prêmio de Poesia 2007 da Academia Brasileira de Letras.
Canto dos Emigrantes
Desolation by onawhimsey |
ou a lembrança de seus pássaros,
com seus filhos
ou a lembrança de seus filhos,
com seu povo
ou a lembrança de seu povo,
todos emigram.
De uma quadra a outra
do tempo,
de uma praia a outra
do Atlântico,
de uma serra a outra
das cordilheiras,
todos emigram.
Para o corpo de Berenice
ou o coração de Wall Street,
para o último templo
ou a primeira dose de tóxico,
para dentro de si
ou para todos, para sempre
todos emigram.
No comments:
Post a Comment