Tropeiros Sertanejos à Caval0, by Nicolà Rollo |
Tonho e Geraldina chegaram à delegacia montados na mula “Sofia”, presente de seu Quincas quando se casaram. Apearam, e amarraram-na no mourão, ao lado do casarão de estilo colonial que abrigava a delegacia e outros órgãos do poder constituinte: Legislativo, Executivo e Judiciário. Na parte secundária inferior da construção ficava a cadeia pública com cinco celas, sem ventilação alguma e vedadas por grades de ferro e aço. Dirigiram-se apressadamente à sala do escrivão, ignorando a presença de outras pessoas que aguardavam no corredor o momento de serem atendidas. Geraldina porém, ficou esperando do lado de fora, sentada num banco rústico de madeira.
-Quero falar com o delegado!.Disse Tonho com ímpeto de raiva e nervosismo.
- No momento, senhor, ele não está. Mas, se o senhor poder esperar um instante eu o avisarei, assim que ele chegar. Quem é o senhor?
- Sou Tonho... Antônio Ferreira da Silva. E, o senhor, quem é?
- Sou Getúlio, o escrivão...
- Seu Tonho, eu mesmo posso tomar seu depoimento, se assim o senhor não se opuser...Ou, se o senhor não quizer, peço-lhe a gentileza de aguardar o Delegado, que acredito não vai demorar!. Respondeu Getulio, já antevendo o destempero de Tonho.
- Quero que ele me atenda agora! Não posso esperar. Se ele demorar em me atender, vou embora e nunca mais apareço nessa espelunca, independentemente de ser ou não intimado novamente.
- O que o senhor prefere? Perguntou o escrivão, aflito!
- Já lhe disse. Recebi uma intimação para comparecer nessa merda e queria saber o motivo. Respondeu bastante irritado.
- Calma seu Tonho, sente-se e fique à vontade. Eu mesmo, como já lhe disse, poderei lhe atender. Aguarde apenas um momento por favor, enquanto termino de elaborar o boletim de ocorrência desses dois bagunceiros sentados ali.
Após eleborar o boletim de ocorrência dos briguentos, Getúlio dirigiu-se à sala do delegado, enquanto Tonho de pé e nervoso, esperava. Pegou o calhamaço do inquérito policial, no qual à página 38 estava anexado a cópia da intimação dirigida a Tonho, e disse-lhe:
- O senhor foi intimado apenas como testemunha para prestar alguns esclarecimentos sobre a morte de Sá Lorena. Como o delegado está em serviço fora da jurisdição, e para que o senhor não perca seu tempo, eu mesmo poderei tomar seu depoimento e registrá-lo.
O delegado e outros três investigadores, inclusive dois policiais, únicos funcionários da delegacia, estavam de campana na fazenda de coronel José Pereira Lima, tentando capturá-lo para cumprir o mandado de prisão expedido pelo juiz de Direito da Comarca de Angicos.
Tonho, que parecia aflito ao chegar à delegacia, sentiu-se mais calmo ao saber que era apenas testemunha no caso. Concordou em dizer tudo que sabia sobre o passado de Sá Lorena e dos desentendimentos que ambos tiveram tempos atrás. Daria seu depoimento, sem qualquer problema! Relataria tudo que sabia da vida dela. De suas brigas com ela, das brigas dela com os vizinhos...Com seu Quincas... Com Geraldina... Com dona Elvira... Das ameaças de morte que lhe fizera... E, até o relacionamento espúrio dela com padre Fausto, segundo os boatos de que ouvira falar. Só não falaria sobre seu assassinato porque desconhecia o autor do crime e o motivo que a levou à morte. Confirmaria literalmente tudo o que as outras testemunhas já haviam dito sobre o relacionamento conturbado de Sá Lorena com padre Fausto e outras figuras da sociedade local. Afirmaria que as desavenças que eles tiveram no passado foram provocadas por ela, por interferir demasiadamente na vida de sua mulher.
Tonho, parecia firme e confiante! Suava um pouco, a ponto de tirar o chapéu de couro a todo o momento que Getulio lhe perguntava sôbre o autor do crime. Transpirava!. Entretanto, não demonstrava nenhuma insegurança.
O escrivão mandou servir-lhe um copo de suco de maracujá, pedindo-lhe que ficasse à vontade e contasse tudo o que sabia e conhecia da vida de Sá Lorena: os lugares que frequentava...suas amizades...seu relacionamento com Dona Elvira, padre Fausto, seu Quincas....a briga com Lampião...e o motivo que o levou a mandar queimar sua plantação e incendiar sua casa...
Refeito do nervosismo inicial, Tonho prosseguiu com o depoimento reafirmando que tivera uma desavença com Sá Lorena tempos atrás e que a ameaçara de morte, sim, caso ela não parasse de falar besteiras sobre Geraldina, sua mulher.
Perguntado sobre o relacionamento amoroso de Sá Lorena com padre Fausto, respondeu apenas que ouvira falar de outras pessoas, mas, como nunca deu ouvidos a falatórios, principalmente ditos por Sá Lorena, nunca levou à sério. Não respondeu a pergunta sobre o relacionamento dela com seu Quincas e dona Elvira. Perguntado se sabia quem era o assassino e sôbre o motivo do crime, respondeu que nada sabia e desconhecia o motivo.
- Veja bem, senhor Getúlio, suficientes razões tive para matá-la, porém, jamais teria coragem de fazê-lo. Tirar a vida de alguém, nem mesmo de um passarinho...Esse ato cruel e desumano jamais imaginei faze-lo. Nunca tive corgem de matar qualquer animal....Uma galinha...Um porco....Jamais mataria um ser humano. Sou incapaz de praticar um ato covarde desses. Por causa das infâmias que Sá Lorena espalhou sobre minha ulher, hoje ostento a inaceitável irrogação da pecha de cornudo. Em todos os lugares que apareço o pessoal me olha de soslaio. Não mereço isso! Registre isso em seus documentos. E digo mais, de agora em diante, qualquer que seja o andamento das investigações e eu seja intimado novamente para depor ou prestar novas declarações, reservar-me-ei o direito de somente me pronunciar perante o Juiz de Direito. Quero que o senhor anote essa condição. Não tenho advogado constituído e nem pretende tê-lo, porque sou inocente!
Dito isso, retirou-se sem qualquer manifestação!
O delegado que já tinha ouvido diversas testemunhas, que direta ou indiretamente, estiveram envolvidas com Sá Lorena, nada também observou de qualquer item esclarecedor no depoimento de Tonho. Nada recolheu até agora que fôsse capaz de lhe oferecer alguma pista para a elucidação do crime.
Antes de arquivar o inquérito policial, como era desejo de alguns politicos locais, o Delegado, independentemente de sua função, mais por uma obrigação profissional, ouviria mais uma vez Juvenal, suspeito por ter fugido logo após o enterro da mulher.
Não convencido totalmente do depoimento de seu Quincas, não lhe custava também ouvi-lo novamente, malgrado sua vontade. Mandou sutilmente o escrivão expedir outra intimação para que ele comparecesse à Delegacia na semana seguinte, logo após a procissão de Santo Antônio, programada para a primeira quinzena do mês de setembro. Não queria, entretanto que ele cogitasse qualquer relação com as notícias aleivosas publicadas por um jornalista sem qualquer mérito de credibilidade. Esperava que êle não acreditasse nisso, como também não queria interferir na fé inabalável que todos tinham de sua benevolência e religiosidade.
A citação entretanto, não chegou a ser entregue. No dia anterior à procissão, seu Quincas procurou o Delegado acompanhado de Zé vaqueiro. Dessa vez trazia provas testemunhais de maneira enfática e com bastante detalhes. Afirmaria ao Delegado o que vira e ouvira naquela noite quando voltava para casa, logo após ter deixado a delegacia. Contaria como se deparou com o fantasma de Sá Lorena, e este lhe dissera ter sido Tonho o autor dos disparos.
- Não sei se ele vai acreditar, Zé, mas é o que tenho a lhe dizer. Você, e meu pessoal estavam presentes e ouviram tudo.
Por ser um homem extremamente religioso, respeitado e admirado na redondeza, seu Quincas não aceitava tantas humilhações e descortezia. Não entendia porque deveria dar satisfação de sua vida pessoal a um destemperado e mal agradecido policial sobre um crime que nada tinha a ver. Mas, como homem educado e probo que sempre fora concordou em colaborar para a elucidação do crime.
Afinal, tinha algo a contar.
Foi direto à sala do delegado que se encontrava em reunião no gabinete do Procurador.
Sabedor do temperamento do homem, o escrivão solicitamente o atendeu:
- Pois não, seu Quincas! O doutor já vem atendê-lo. Quer um suco de maracujá?
- Não obrigado! Apenas desejo dar detalhes de um fato que me aconteceu quando retornava para a fazenda na madrugada em que estive aqui na Delegacia. Tenho muitas coisas a fazer na fazenda e não posso ficar aqui a tarde inteira como da ultima vez. Diga isso ao delegado.
- Sente-se, por favor, e tenha calma seu Quincas. -
- Já vou chamá-lo.
- Imagino que dessa vez o senhor tem algo deveras importante a relatar sobre o crime, não? Comece o senhor mesmo contando o que sabe. Me diga com detalhes e clareza, antecipando-se até mesmo as perguntas que o delegado, com certeza lhe fará. .. Aonde o senhor estava na noite do crime, etc. Isso é muito importante para a conclusão do inquérito.
- O que tenho a dizer interessa apenas ao Delegado!, Respondeu seu Quincas num tom de voz irado.
Getulio, imediatamente comunicou ao Delegado, que desculpando-se do Promotor, dirigiu-se à sua sala, onde se encontrava seu Quincs.
- Já lhe disse Delegado que nada tenho com este crime. Na noite em que Sá Lorena foi assassinada eu estava em Laranjeiras juntamente com ela e Juvenal procurando saber detalhes sobre a execução de Lampião e seu bando. Pernoitei por lá. No dia seguinte, pela manhã iríamos - O prefeito, eu, coronel Amâncio, coronel Saturnino, capitão Rodrigo, dona Elvira, Maninha, padre Fausto, e outros companheiros até Angicos nos inteirar da morte do capitão Virgulino. Conversei com Juvenal que estava ao lado dela. Apenas cumprimentei-a. Discordava das palavras desrespeitosas como ela se referia a Lampião. Disse-me que ele a ameaçou de morte e mandou queimar sua plantaçao...Não lhe perguntei o motivo. Disse que sentia muito pelo ocorrido, e que se ela precisasse de ajuda podería contar comigo, como sempre. Quanto às desavenças que tivemos no passado, isso em nada alterou nosso relacionamento, principalmente por saber perdoar e não carregar mágoas de ninguém. Juvenal ouvia tudo calado e de vez em quando me pedia desculpas, concordando com o que eu dizia. Depois desse encontro, na praça principal de Laraqnjeiras, despedímo-nos. Eu segui meu caminho. Saí de Laranjeiras já noitinha. Fui direto para a fazenda de capitão Rodrigo onde pernoitei, juntamente com as pessoas citadas. Sómente padre Fausto não compareceu, desculpando-se pelos muitos afazeres que tinha na igreja. Justificativas que julgamos plausíveis, não obstante sua ausência sentida por todos. Tínhamos informações importantíssimas a serem divulgadas sobre a morte de Lampião, bem como precauções sôbre nossa segurança que deveríamos tomar. Pasamos a noite conversando e bebendo cachaça. No dia seguinte, logo de manhãzinha ficamos sabendo da morte de Sá Lorena através de dois mateiros, cujos nomes desconheço, e juro nunca tê-los visto pela redondeza. Voltei diretamente para a fazenda para me certificar da veracidade da informação.
É tudo o que tenho a dizer.
Seu Quincas indicou como suas testemunhas, capitão Rodrigo, coronel Amâncio, Saturnino, dona Elvira, Maninha e outros companheiros que com ele estiveram na fazenda de capitão Rodrigo.
- Eles podem testemunhar o que lhe disse, Delegado! Apenas excluo padre Fausto do rol de testemunhas por não ter comparecido ao encontro. No depoimento que deu seu Quincas afirmou ter dúvida quanto ao comportamento do padre que não o via há alguns dias, desde o entrevero que ambos tiveram, exatamente por causa de Sá Lorena.
De posse do mandado de prisão emitido pelo juiz de Laranjeiras, para capturar Juvenal que se encontrava foragido, o delegado ordenou ao sargento Severino que o procurasse, aonde quer que ele estivesse. Queria ouvi-lo mais uma vez, pois as primeiras declarações que dera não foram sufucientes para a elucidação do crime. Se preciso fosse faria a acareação dele com padre Fausto e outros envolvidos. Queria saber também o nome dos mateiros a quem seu Quincas se referiu. O misterioso assassinato de Sá Lorena já começava a se desvendar.
O sitio de Juvenal estava abandonado. Havia lixo por todos os cantos. Apenas cinco ovelhas que berravam ao redor da casa famintas e algumas galinhas que ciscavam o resto de comida deixada no terreiro. A porta estava entreaberta e dentro da casa, espalhados pela cozinha algum resto de alimento, e muita sujeira. Severino notou que faltavam alguns objetos de usso pessoal de Juvenal, como sela e arreios. O único cavalo que ele possuía não estava no curral, bem como a carroça que ele utilizara na noite em que Sá Lorena fora assassinada. O fuzil que Juvenal sempre carregava quando ia à cidade, também não se encontrava no local em que ele costumava guardá-lo.
A coisa começava a se complicar para Juvenal.
Por falta de provas materiais e informações concisas o Delegado ainda indeciso, não tinha como entregar o relatório final a pedido do Promotor público, que lhe enchia o saco!.
Suficientes razões tinha agora o delegdo para indiciar Juvenal. Seria ele o autor do crime? Dois motivos o levavam à conclusão: Fuga depois da morte da mulher e desaparecimento da arma do crime. Ela fora morta com tiros de fuzil, a mesma arma que Juvenal possuía.
Teria que encontrá-lo a todo custo!
Três meses após o assassinato de Sá Lorena, um roceiro de nome Sebastião, ou Tião do mato como era conhecido, forneceu uma pista preciosa indicando o local em que Juvenal estava escondido.
O delegado pegou cinco soldados, montaram nos cavalos e seguiram para Vale Seco, um lugarejo ao norte de Poços dos Anjos, distante dez léguas, cujo sitio fora abandonado pelos proprietários fugindo da seca. Encontraram apenas uma casinha simples de taipas, coberta de folhas de bananeira já ressecadas pelo sol e rodeada pelo mato que lhe dava o aspecto de abandono. Ao se aproximarem cautelosos, avistaram Juvenal que se alimentava de um pedaço de macaxeira, deitado ao chão, sobre uma esteira de palha de pindoba. Ao redor da casa, jogados ao chão restos de frutas de macambira, que lhe serviram de alimento, enquanto foragido.
O delegado deu-lhe voz de prisão. Não houve reação, mesmo porque ele estava deprimido e sem fôrça física capaz de esboçar qualquer investida de fuga.
A Delegacia de Laranjeiras estava cercada de curiosos naquela manhã de sol forte. Ao entorno do prédio rústico, cercado de arame farpado, com moirões de aroeira havia uma fila enorme de cavalos arreados e amarrados sobre a sombra de umbuzeiros. O doutor Antônio Fernandes de Souza, delegado titular há quinze anos no Município e com mais de vinte e cinco anos de serviços prestados ao Estado, estava inseguro com o andamento das investigações e preocupado com a turba que queria invadir a delegacia, retirar Juvenal da cela e fazer justiça com as próprias mãos.
- Calma pessoal, pedia o delegado a todo instante ao povo enfurecido.
- Não temos provas contra Juvenal. – Prendemos por outro motivo, não pelo assassinato de sua mulher. Ainda vamos ouvi-lo. Não podemos culpá-lo antecipadamente? E, se ele for inocente? Gritava o delegado para o povo enfurecido.
Suas palavras pareciam não surtir efeito. O único jeito de conter a turba raivosa foi chamar padre Fausto, líder inconteste para conter a multidão.
Ao entardecer, com a participação serena do padre o povo foi se dispersando, e o delegado finalmente pôde colher o depoimento de Juvenal.
- Naquela noite, após deixar a cidade, peguei a carroça e pedi para Sá Lorena não se incomodar com as ameaças que Tonho lhe fizera e ignorar que ele nos seguia. Declarava Juvenal ao delegado.
O delegado não queria ser tolerante hostil com o depoente, mas o intimidava de vez em quando, afirmando que tudo o que afirmasse seria registrado em livro próprio, o único existente na delegacia, que poderia servir-lhe de prova se estivesse falando a verdade.
- Ao chegar na encruzilhada do umbuzeiro- Prosseguia Juvenal, Sá Lorena desceu da carroça para fazer suas necessidades. Estava escuro, nada se via além de dez metros de distância, mas, pela sombra pude reconhecer que era Tonho. De repente, ouvi dois disparos de espingarda, e quando olhei para o lado, vi Sá Lorena caída sobre uma poça de sangue. – Peguei-a e botei na carroça e fui a toda pressa para casa, mas ela não resistiu, e ao chegar no sítio já estava morta.
Neste momento, Juvenal começou a chorar, tremer e balbuciar certas palavras, que segundo a experiência do delegado seriam para persuadi-lo de algo que escondia. Policial experiente, não se deixou seduzir pela comovente cena e apelou para outros métodos até a exaustão do depoente.
Estava terminada mais uma etapa do inquérito que já rolava quase quatro,cinco meses sem solução.
Restava ainda ouvir novamente Tonho. Padre Fausto, por ser um sacerdote, homem de Deus, seria ouvido na paróquia em dia determinado.
Padre Fausto já havia prestado depoimento como testemunha. Desta vez iria como suspeito. O delegado queria ouvi-lo novamente, já que todos os depoentes citavam seu nome. Tonho, nervoso, mas inteligente e audaz, costumeiro frequentador dos saraus de dona Elvira, moço íntegro e que já estivera em São Paulo, negou todas as denúncias de Juvenal, afirmando que naquela noite não teve qualquer contato com Sá Lorena, e que esteve em Laranjeiras apenas com outras tantas pessoas para saber detalhes da morte de Lampião, e que depois fora com Geraldina ao sarau de dona Elvira, fato por ela confirmado no depoimento que dera dias antes.
- A única ameaça que fiz a Sá Lorena, doutor, foi o ano passado, quando realmente a ameacei de morte, mas isso ficou só na ameaça, tanto é verdade, que Geraldina a perdoou e convidou-a para o nosso casamento, e ela compareceu. Esquecemos tudo que ela fez de ruim conosco. Depois disso, não tivemos mais contato. Afirmou Tonho, seguro de suas declarações.
Qual então teria sido o motivo de Juvenal matar sua própria esposa? Questionava-se o delegado, folheando e relendo centenas de folhas dos depoimentos prestados.
Juvenal estava preso fazia três dias, e o delegado dispunha de mais alguns dias para a conclusão do inquérito. Não deixar dúvida de sua reputação profissional era o que mais temia. Não ia deixar ao lixo vinte e tantos anos de profissão a troco de um crime besta.
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