Mulher na Janela – Salvador Dali |
Ela vê na distância as suas ilusões na forma de um oceano cristalino
Que reflete as suas memórias mergulhadas em pensamentos e imagens que rodopiam, numa apresentação em tenda de chão seco e poeirento, perdida num lugarejo repleto de curiosos que espiam entre as frestas... da sua imaginação
Ela encara, através daquelas águas, o colorido do inesperado que transforma todo o seu interior trazendo beleza e esplendor aos seus devaneios
Ela encara, através daquele balcão, a sua condição de mulher, de musa, de artista. De habitante daquele mar imaginativo que é a sua mente...
O horizonte visto a partir daquela paisagem mental é vasto, convidativo, tanto que poderia permanecer lá, indefinidamente...
Contemplando o seu cuidadoso coração e a sua temerária sorte tão possivelmente cruel quanto o calor dos raios ensolarados.
É o exercício erótico que a impele a estar lá, sozinha e atenta, entre aquela multidão de curiosos quem povoam os seus sonhos e o espetáculo diariamente apresentado para si mesma, onde o roteiro é sempre inédito e desconhecido.
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