Definição

... da totalidade das coisas e dos seres, do total das coisas e dos seres, do que é objeto de todo o discurso, da totalidade das coisas concretas ou abstratas, sem faltar nenhuma, de todos os atributos e qualidades, de todas as pessoas, de todo mundo, do que é importante, do que é essencial, do que realmente conta...
Em associação com Casa Pyndahýba Editora
Ano VI Número 63 - Março 2014

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Poesia - Arnaldo Xavier

by Brian Smith


(...)

25

O retorno
parte sempre
do princípio

26

Rosaracnídea d’acauã
descrevermelha serpente
fria morte alad’amanhã

27

Espanta face multicor
supercílio petalar coração
móveis & Utensílios do amor

28

Lago sereno
a pedra caindo
círculo d’água efêmero

(...)

Poesia - Souzalopes

Fiery Autumn, photo by raceytay.etsy.com

Manifesto do Partido Comunista
em cordel
Anônimo de Souza

(...)

3 – Literatura Socialista e Comunista

1 – O socialismo reacionário

a) o socialismo feudal

Também reacionário
O socialismo já foi,
No tempo do carrancismo
Quando o homem era boi,
Na velha idade média
Naquele tempos de oi.

Lá na frança e na Inglaterra
A doente aristocracia
Porque derrotada lança
Gritos contra a burguesia.
A história não se finda
Porque sempre principia.

No ano dezoito-trinta
França fez revolução,
Na mesma época o inglês
Passava decepção.
(Isto se refere aos nobres,
Porque o pobre era cão).

Os nobres perdendo o trono
Foram atrás do proletário.
Falavam mal do burguês
Em todo jornal diário.
Assim levaram a luta
Para o campo literário.

Já não podendo lutar
Contra a brava burguesia
Limitavam-se a escrever
Contra ela todo dia.
Assim buscavam do pobre
Conquistar a simpatia.

Aquilo que resta da obra
Deles, agora é caduco.
Já riram muito, gozaram,
Só fazendo vuco-vuco.
Assim o mundo ficou
Mais uma vez mais maluco.

A grande bronca que tinham
Dos burgueses inimigos
Era ter criado a classe
Que traz maiores perigos:
Brava classe proletária
Pra todos eles um risco.

Assim, na luta política,
Ajudaram a repressão.
E na vida do dia a dia
Fazem discurso cristão.
E o padre, com água benta
Lava e limpa a opressão.

(...)

Poesia - Plínio de Aguiar

Photo Manipulations by Norvz Austria

Número Primo Versa

Enigma da partição negada.
Pode porém por um e a si igual
Dividir. Só, com os seus algarismos
Não se deixa geminar. Cálculo e
Ou diverso, internamente sua
Aritmética pulsam valências
E similaridade, quanto amá-lo?
Algarismos únicos ou escravos,
Início numérico ou sanguíneo,
Fariam difícil a poesia
Não fora a vida e suas quantidades
Naturais de inconstantes se provarem.
Do caos ao cosmo ao desassossego
Primos e versos buscam-se, ao longe.

Poesia - Ronald Augusto

Negativo de L’Origine du Monde, de Gustave Courbet.

o pornógrafo alusivo

cli-
vagens voraginosas
o olho-verga do fotógrafo

ver de vergasta contra vergonhas
involucradas consigo mesmas
(maestrinas masturbatórias)
mais saradas do que saradinhas (como
consta na carta de caminha)

pornografemas ronronar e gozo
e logo o malogro do gozo
senos tronchados (octavio
paz dixit)
contra-plongè
o ômega da boca
num delinear de felatio

racimos de velos
arabesco em velossístole de
medusa ruiva          mas
o inopinado pente que revem
é mais embaixo

dor cheia de dedos          ardil
priápicoapetitoso
tamborilar linguodental

carnação em pasta      polpa de nata
(o pescoço de alabastro de leda
enquanto zeus doloso
pescoço grosso de cisne-signo a empala)
bestialógico de musas pálidas
capitosas

(22.10.2010)

Poesia - Hamilton Faria

Walkin' To New Orleans - The Blue Dog series, by George Rodrigue

O Cão Polaco

O cão polaco abana o rabo
Sem saber de nada
O que se passou em Varsóvia

De pólvora
lágrimas
muros

- o General Inferno –

Sem saber da flor da Pomerânia
Sem saber  – “é melhor morrer
De vodka do que de tédio”-
Sem saber
Pátrias esfumam-se
Nos mapas
O cão polaco
quietude
Da Wierzba placzaca
Olha-nos –
em compaixão

O Vístula vestido de noiva
Sem saber que a memória


               Queima

Poesia - Santiago de Novais

Fragmento de Ulysses, de James Joyce
Imagem enviada pelo autor

Epitetos para Encenar Joyce com P.Coelho e outros Idiotas

"Nunca se aprende bastante com os homens."
(“Ulysses”-James Joyce)

Prólogo Intenso
(primeiro de tudo pode ser 16 de qualquer mês e a internet pode ter caído
em todo o Reino Unido e até mesmo faltar bebidas na Cornualha).
--- pensei em colocar dois gnomos ou duendes, mas isso não daria certo ---
---menos ainda shamrocks, ou ainda falar algo do oblíquo-e-rico Coelho---
(um leitor de Cork disse: deveria ter morrido de overdose a falar de J.J., mas
isso acho causa negativa por isso não incluí- ele é rico e escreve mais ou menos, tenho medo).


bom vamos lá:


Epiteto 1
lambe-me   red    deixa ver
vou   ver-te    se amanheço vagina
bromélio sabiá-eu  conecte-me-a-Marte
meninos-de-Tanger color-de-céu tangerino-de-nada-digo

Epiteto 7
lambe-me  hot  minha nuca aflição
vou  meter-moi  se amanheço-amasso-me?  às cumbucas
falo mais que   que sabe o que me disse?   tangerino-de-violeta
minha provocação vem de Ulysses se masturbando e proibido e este apezinho no Eire?

Epiteto 2
lambe-me   sei-que-eu-sei-que-sei  tipo uma nova parola
temo    tener   que-você-e-as muvucas
hablo mais de lo que  frango-molhado-de-nuvem-brado-de-borboleta
         a avesso-osseva a
este a é com crase disse rock’n-robin Caetano e sabiá-mais eu mais Jackson que em Marte

Epiteto Normal
lambe-me  sargaço-e-onda  me caso-com ele bem-em-Tanger-te-chupo
Dedalus-duro de tudo  ea esposa é traidora – vira a página-de dia ainda
minha vida vem toda de Joyce, assim é - como se ando num Rolls Royce-tou poeta e veloz

Poesia - Dorival Fontana

La Reproduction Interdite, René Magritte
Tempo

O vento vem,
A chuva cai.
O sol se põe
Em meu quintal.

Mais uma noite,
É como a outra,
Após a outra,
Após a outra...

Um novo dia,
É sempre o mesmo.
Só muda o dia,
Só muda a roupa.

Mutante é o rosto
Que me desfaz,
No velho espelho
Tão desigual.

Poesia - Edson Bueno de Camargo

Dust to Dust, by Theresa Byrnes
Preto

ônix
absorve a não refração
nega ao olho
o espetro

turmalina
carvão
filhos e filhas da terra
seu sangue mineral
a correr candente

de outra cor negada
basalto
asfalto
betume a aflorar no deserto
em Mar Morto

tudo pedra
tudo pó
todos nós


Poesia - Pedro Du Bois

Her Only Friend the Moon by Alexander Jansson

A Concretude Da Casa

A casa se esforça em cumprimentos.
Mimética, esconde fissuras e a parede
desbotada do passado; reafirma cores
inexistentes, ilude; ouve as pessoas
dizerem da vida lá fora e lembra
sua construção: a edificação exige
equilíbrio e graça na modificação
dos materiais, na sobreposição
das lajes, no colocar tijolos e no cobrir
o corpo em telhado; a casa conhece
cada pedaço do seu todo: as junções
vitais dos encanamentos e a energia
referida ao uso das utilidades.


(in A Concretude Da Casa 9, ed. do autor)

Poesia - Marina Alexiou

Imagem enviada pela autora.

Escrito Nº78

Saudade de coisas que não conheço.....
Nesse universo desolado de pessoas, que já foi tão brutal e deserto de sentimentos e felicidade ao longo da história, nos encontramos você e eu.
Sentimos a trajetória da humanidade nas veias e artérias do sangue e pensamento que nos habitam.
E que vai em passo lento, desde sempre, por estradas íngremes e cheias de perigos ancestrais.
Nos momentos onde a nossa sensibilidade encontra-se nessa mesma onda vibratória, desdenhamos da sorte e também da fortuna. Desdenhamos do futuro de tudo e não encontramos beleza no caminho.
O que está reservado ao longo desse cenário desdobra-se em nosso script mental formatado por nossos desejos e receios mais secretos.
Se o temermos em demasia, como segui-lo?
A história continua a ser formada dos pequeninos fragmentos e retalhos dos momentos audaciosos que insistentemente de impõem, apesar de todos os riscos e desprezos.
A clareira é percebida ao longe. E na distância, tudo parece mais distante.....Mas a carroça se move, até chegar....

Poesia - Carla Andrade

Timing Is Everything, by Wendy J. St. Christopher

Labirintos
 

Uma voz de degraus —
inalcançáveis — está presa no porão
dos pensamentos.

Há muito tempo,
quando ninguém sabia
se pode mastigar o tempo
        (as horas são ainda
mais mastigáveis),
ela já estava lá.

Na infância, tinha dentes.
Presas de cristal...
Era o tato
e todos os dedos do mundo
formigas estranguladas
nuvens de baralhos do céu
carrosséis berrantes da alegria.
  
                (Às vezes, disfarçava-se de saltos
e, em cima das árvores, perseguia pipas).

Na adolescência, piscava aos vaga-lumes.
Cheiro de enxame, gosto de fumaça,
censura de pêlos e
textura de ferida lívida.
A voz, epílogo de beijos
(sufocados de sonhos
em capítulos rosas).

Hoje, a voz, só uma música.
Sem cor e gosto de terra:
fala palavra, cospe sílaba.
Um buraco de ecos.
Degraus inalcançáveis, sepulcros
de memórias de framboesas.

Autores

Ademir Demarchi Adriana Pessolato Adília Lopes Afobório Agustín Ubeda Alan Kenny Alberto Bresciani Alberto da Cunha Melo Aldo Votto Alejandra Pizarnik Alessandro Miranda Alexei Bueno Alexis Pomerantzeff Ali Ahmad Said Asbar Almandrade Alyssa Monks Amadeu Ferreira Ana Cristina Cesar Ana Paula Guimarães Andrew Simpson Anthony Thwaite Antonio Brasileiro Antonio Cisneros Antonio Gamoneda Antonio Romane António Nobre Ari Candido Fernandes Ari Cândido Aristides Klafke Arnaldo Xavier Atsuro Riley Aurélio de Oliveira Banksy Bertolt Brecht Bo Mathorne Bob Dylan Bruno Tolentino Calabrone Camila Alencar Carey Clarke Carla Andrade Carlos Barbosa Carlos Bonfá Carlos Drummond de Andrade Carlos Eugênio Junqueira Ayres Carlos Pena Filho Carol Ann Duffy Carolyn Crawford Cassiano Ricardo Cecília Meireles Celso de Alencar Cesar Cruz Charles Bukowski Chico Buarque de Hollanda Chico Buarque de Hollanda and Paulo Pontes Claudia Roquette-Pinto Constantine Cavafy Conteúdos Cornelius Eady Cruz e Souza Cyro de Mattos Cândido Rolim Dantas Mota David Butler Denise Freitas Desmond O’Grady Dimitris Lyacos Dino Valls Dom e Ravel Donald Teskey Donizete Galvão Donna Acheson-Juillet Dorival Fontana Dylan Thomas Décio Pignatari Edgar Allan Poe Edson Bueno de Camargo Eduardo Miranda Eduardo Sarno Eduvier Fuentes Fernández Elaine Garvey Elizabeth Bishop Enio Squeff Ernest Descals Eugénio de Andrade Evgen Bavcar Fernando Pessoa Fernando Portela Ferreira Gullar Firmino Rocha Francisco Niebro George Callaghan George Garrett Gey Espinheira Gherashim Luca Gil Scott-Heron Gilberto Nable Glauco Vilas Boas Gonçalves Dias Grant Wood Gregório de Matos Guilherme de Almeida Hamilton Faria Henri Matisse Henrique Augusto Chaudon Henry Vaughan Hilda Hilst Hughie O'Donoghue Husam Rabahia Ian Iqbal Rashid Ingeborg Bachmann Issa Touma Italo Ramos Itamar Assumpção Iulian Boldea Ivan Donn Carswell Ivan Justen Santana Ivan Titor Ivana Arruda Leite Izacyl Guimarães Ferreira Jacek Yerka Jack Butler Yeats Jackson Pollock Jacob Pinheiro Goldberg Jacques Roumain James Joyce James Merril James Wright Jan Nepomuk Neruda Jason Yarmosky Jeanette Rozsas Jim McDonald Joan Maragall i Gorina Joaquim Cardozo Joe Fenton John Doherty John Steuart Curry John Updike John Yeats Josep Daústin José Carlos de Souza José Geraldo de Barros Martins José Inácio Vieira de Melo José Miranda Filho José Paulo Paes José Ricardo Nunes José Saramago José de Almada-Negreiros João Cabral de Melo Neto João Guimarães Rosa João Werner Junqueira Ayres Kerry Shawn Keys Konstanty Ildefons Galczynski Kurt Weill Leonardo André Elwing Goldberg Lluís Llach I Grande Lou Reed Luis Serguilha Luiz Otávio Oliani Luiz Roberto Guedes Luther Lebtag Léon Laleau Lêdo Ivo Magnhild Opdol Manoel de Barros Marco Rheis Marcos Rey Mari Khnkoyan Maria do Rosário Pedreira Marina Abramović Marina Alexiou Mario Benedetti Mario Quintana Mariângela de Almeida Marly Agostini Franzin Marta Penter Marçal Aquino Masaoka Shiki Maser Matilde Damele Matthias Johannessen Michael Palmer Miguel Torga Mira Schendel Moacir Amâncio Mr. Mead Murilo Carvalho Murilo Mendes Márcio-André Mário Chamie Mário Faustino Mário de Andrade Mário de Sá-Carneiro Nadir Afonso Nuala Ní Chonchuír Nuala Ní Dhomhnaill Nâzım Hikmet Odd Nerdrum Orides Fontela Orlando Gibbons Orlando Teruz Oscar Niemeyer Osip Mandelstam Oswald de Andrade Pablo Neruda Pablo Picasso Patativa do Assaré Paul Funge Paul Henry Paulo Afonso da Silva Pinto Paulo Cancela de Abreu Paulo Henriques Britto Paulo Leminski Pedro Du Bois Pedro Lemebel Pete Doherty Petya Stoykova Dubarova Pink Floyd Plínio de Aguiar Pádraig Mac Piarais Qi Baishi Rafael Mantovani Ragnar Lagerbald Raquel Naveira Raul Bopp Regina Alonso Renato Borgomoni Renato Rezende Renato de Almeida Martins Ricardo Portugal Ricardo Primo Portugal Ronald Augusto Roniwalter Jatobá Rowena Dring Rui Carvalho Homem Rui Lage Ruy Belo Ruy Espinheira Filho Ruzbihan al-Shirazi Régis Bonvicino Salvado Dalí Sandra Ciccone Ginez Santiago de Novais Saúl Dias Scott Scheidly Seamus Heaney Sebastian Guerrini Sebastià Alzamora Shahram Karimi Shorsha Sullivan Sigitas Parulskis Silvio Fiorani Smokey Robinson Sohrab Sepehri Sophia de Mello Breyner Andresen Souzalopes Susana Thénon Susie Hervatin Suzana Cano Sílvio Ferreira Leite Sílvio Fiorani The Yes Men Thom Gunn Tim Burton Tomasz Bagiński Torquato Neto Túlia Lopes Vagner Barbosa Val Byrne Valdomiro Santana Vera Lúcia de Oliveira Vicente Werner y Sanchez Victor Giudice Vieira da Silva Vinícius de Moraes W. B. Yeats W.H. Auden Walt Disney Walter Frederick Osborne William Kentridge Willian Blake Wladimir Augusto Yves Bonnefoy Zdzisław Beksiński Zé Rodrix Álvaro de Campos Éle Semog