Digital Dreams of a young woman from Buenos Aires in Madrid - Carlos Pardo |
Encontro De Amigos - Parte 4
Deixamos Lisboa, depois de dois dias de muita emoção, com o coração partido e a promessa de lá voltarmos muito em breve. Adoramos! Apaixonei-me por Lisboa, Porto e outras cidades que visitamos. Enfim, amei Portugal.
Na manhã seguinte, alguns minutos, após o café da manhã, embarcamos para Madri. O aeroporto internacional de Barajas, como sempre, lotado! Naquela manhã estava ainda mais tumultuado pela chegada da seleção espanhola de futebol que havia disputado e ganho a taça das Américas. Após 50 minutos de voo estávamos em solo madrileno, e a nos esperar um casal brasileiro, amigos de Edward: Marcos e Rosemary, sua mulher.
Madri, a capital espanhola com mais de três milhões de habitantes nos esperava. Sua origem data do ano de 852, quando os Mouros construíram um forte perto do rio Manzanares. Entretanto, somente em 1561 a cidade tornou-se capital de Castela. Alguns séculos depois, durante a gestão dos Habsburgos e Bourbons, é que foram construídos alguns poucos monumentos, como a Plazza Mayor e o Palácio Real.
Marcos, um jovem executivo de um banco multinacional espanhol que opera atualmente no Brasil, exercia suas funções em Madri, para onde fora designado. Começou trabalhando em São Paulo, mas tinha uma vontade imensa de conhecer a Europa, especialmente Espanha. Um desejo que sempre o acompanhou, e que agora se realizara. O banco lhe ofereceu esta oportunidade em Madri. Ao termino do contrato, se assim o desejasse, poderia renová-lo, permanecer em Madri ou retornar ao Brasil.
Eles moram num bairro de classe média alta nos arredores de Madri, Majadahonda, não muito distante do centro. Residem num amplo apartamento, tipo duplex, com quatro quartos e muito conforto. Á frente do apartamento deles dá para se avistar o centro de treinamento do Atlético de Madri, famoso clube de futebol espanhol que abriga alguns brasileiros esperançosos do sucesso. Eles estão em Madri há apenas quatro meses. Sua esposa e filhos terão que retornar ao Brasil para renovação de vistos e resolver outras avenças consulares que a burocracia impõe, e que infelizmente são obrigados cumpri-las.
Passamos boa parte da madrugada recordando dos parentes, dos amigos, da família, enfim, conversando sobre amenidades e da politica do Brasil, bebendo vinho espanhol, conhaque Carlos I, e comendo “jamon” e outras preciosidades da culinária espanhola.
Marcos e Edward são conhecidos de muitos anos atrás. Tornaram-se amigos em São Paulo, durante uma feira de produtos eletrônicos da fábrica que Edward era representante, cujo evento fora patrocinado pelo banco de Marcos.
Ambos continuaram amigos, mesmo depois de Marcos ter regressado ao Brasil. Todos esses anos eles se comunicavam através de e-mails, e aproveitavam a oportunidade para atualizar e trocar ideias dos acontecimentos culturais e profissionais dos países em que viviam.
Levantamos no dia seguinte por volta das dez horas sem compromisso algum, já que quinta e sexta Feira, dias 12 e 13 de outubro eram feriados em Madri. Tomamos o café da manhã na “Confeteria La Flecha” que fica na Avenida Juan Bravo, no centro da cidade. Estávamos todos sentados à mesa nos fundos do restaurante onde dava para se avistar a avenida com seu trânsito caótico e barulhento. De repente, um cidadão que ninguém viu de onde veio, bêbado e impertinente, dirigiu-se para Carlos - um amigo espanhol de Marcos, também presente - e que fora nos apresentado naquele momento, dirigiu-se a ele e com o dedo em riste no nariz, disse: “Usted es el hombre a quiem busco” A principio Carlos não se surpreendeu, mas ao ver o cidadão armado, um sentimento de medo e meio de defesa o incentivou a partir para o revide. Com um pouco de dialogo e considerações, conseguimos contê-lo de sua fúria. O cidadão estava transtornado, furioso e demasiadamente embriagado. Sobre a mesa estava um panfleto impresso em letras garrafais e a três cores, anunciando o espetáculo de tourada que aconteceria naquela tarde em Madri. Aquele dia seria a consagração do famoso toureador Marcelo Pancho, ganhador do famosíssimo prêmio Don Ramon do ano passado. Sua fama já havia extrapolado os limites da Espanha. Esta seria a terceira vez que ele disputaria o prêmio espanhol. A cidade estava em festas. Os bares e confeitarias estavam lotados de apreciadores de touradas. Havia gente de todos os lugares: de Portugal, Itália, França, Alemanha e Bélgica. O cidadão que ofendera Carlos estava fora dos limites. Não tinha noção do que falava e nem domínio de si mesmo. Seu olhar amarelado denunciava a quantidade etílica que havia ingerido. Ao atirar-se contra Carlos, cambaleou e esparramou-se sobre a mesa onde estávamos sentados, quebrando alguns copos e pratos. O garçom agarrou-o imediatamente e o conteve com auxilio de alguns fregueses. A fúria demoníaca do cidadão se transformou num enorme pesadelo para nós, por julgarmos a infusão política separatista, já que o mesmo ostentava uma enorme botoeira na lapela do paletó alusivo à causa basca. Felizmente foi um engano e simplesmente ele havia confundido Carlos com outra pessoa que dias atrás agrediu Marcelo Pancho numa confeitaria em Mahadaonda, por ter dirigido gracejos a sua mulher. Desfeito o mal entendido, continuamos a tomar nosso café, sossegados.
Antes de partirmos para Toledo, andamos um pouco pela Plaza Mayor, como sempre lotada de turistas. Há ao redor da praça vários bares com mesas e cadeiras do lado de fora e sobre as calçadas, assim como várias lojinhas de presentes e lembranças de Madri e outras regiões da Europa. Na Plaza Mayor há de tudo: Lojas, bares, restaurantes, etc.
Ao visitar o estádio Santiago Bernabeu, famosa sede esportiva do Real Madri, logo na entrada, ao subir as escadarias deparamos com as fotos dos jogadores brasileiros Robinho, Ronaldo e o francês Zidane. A foto de Ronaldo é a única que estava pichada. Reproduzia um par de óculos ao redor dos olhos, talvez feitos por algum torcedor fanático, como se pretendesse com isso afirmar que o jogador precisava desse utensílio para enxergar melhor o gol adversário, pois ultimamente sua performance em campo não era das melhores. Por isso tem sido muito criticado. Segundo a imprensa especulativa espanhola o problema de Ronaldo, O Fenômeno, é mulher e balada.
Depois de um exaustivo giro pelas ruas de Madri, seguimos para Toledo, cidade monumento da Espanha, trafegando pela A-42, uma autoestrada bem conservada e de boa pavimentação, com pistas largas e duplas.
A principio, não imaginava a importância daquela cidade situada numa região seca, montanhosa, deserta e de clima quente. Contudo, ao lançarmos o olhar sobre a vista geral da cidade, descobrimos o interesse que tanta gente tem por essa região: Seus castelos e construções medievais. É linda demais! Miguel Saavedra de Cervantes, famoso escritor espanhol morto em 1616, expressou a beleza de Toledo nas seguintes palavras: “Toledo é a glória da Espanha”. Disse tudo! Reconheço e dou fé!. Quem sou eu para descrever Toledo! Porém, vi-a desta maneira. Lá em Toledo é tudo original. Pouca coisa tem o dedo do homem. Lá o homem não destruiu a natureza para fazer obras faraônicas, mas foi por ela brindado e abençoado.
Deixamos Lisboa, depois de dois dias de muita emoção, com o coração partido e a promessa de lá voltarmos muito em breve. Adoramos! Apaixonei-me por Lisboa, Porto e outras cidades que visitamos. Enfim, amei Portugal.
Na manhã seguinte, alguns minutos, após o café da manhã, embarcamos para Madri. O aeroporto internacional de Barajas, como sempre, lotado! Naquela manhã estava ainda mais tumultuado pela chegada da seleção espanhola de futebol que havia disputado e ganho a taça das Américas. Após 50 minutos de voo estávamos em solo madrileno, e a nos esperar um casal brasileiro, amigos de Edward: Marcos e Rosemary, sua mulher.
Madri, a capital espanhola com mais de três milhões de habitantes nos esperava. Sua origem data do ano de 852, quando os Mouros construíram um forte perto do rio Manzanares. Entretanto, somente em 1561 a cidade tornou-se capital de Castela. Alguns séculos depois, durante a gestão dos Habsburgos e Bourbons, é que foram construídos alguns poucos monumentos, como a Plazza Mayor e o Palácio Real.
Marcos, um jovem executivo de um banco multinacional espanhol que opera atualmente no Brasil, exercia suas funções em Madri, para onde fora designado. Começou trabalhando em São Paulo, mas tinha uma vontade imensa de conhecer a Europa, especialmente Espanha. Um desejo que sempre o acompanhou, e que agora se realizara. O banco lhe ofereceu esta oportunidade em Madri. Ao termino do contrato, se assim o desejasse, poderia renová-lo, permanecer em Madri ou retornar ao Brasil.
Eles moram num bairro de classe média alta nos arredores de Madri, Majadahonda, não muito distante do centro. Residem num amplo apartamento, tipo duplex, com quatro quartos e muito conforto. Á frente do apartamento deles dá para se avistar o centro de treinamento do Atlético de Madri, famoso clube de futebol espanhol que abriga alguns brasileiros esperançosos do sucesso. Eles estão em Madri há apenas quatro meses. Sua esposa e filhos terão que retornar ao Brasil para renovação de vistos e resolver outras avenças consulares que a burocracia impõe, e que infelizmente são obrigados cumpri-las.
Passamos boa parte da madrugada recordando dos parentes, dos amigos, da família, enfim, conversando sobre amenidades e da politica do Brasil, bebendo vinho espanhol, conhaque Carlos I, e comendo “jamon” e outras preciosidades da culinária espanhola.
Marcos e Edward são conhecidos de muitos anos atrás. Tornaram-se amigos em São Paulo, durante uma feira de produtos eletrônicos da fábrica que Edward era representante, cujo evento fora patrocinado pelo banco de Marcos.
Ambos continuaram amigos, mesmo depois de Marcos ter regressado ao Brasil. Todos esses anos eles se comunicavam através de e-mails, e aproveitavam a oportunidade para atualizar e trocar ideias dos acontecimentos culturais e profissionais dos países em que viviam.
Levantamos no dia seguinte por volta das dez horas sem compromisso algum, já que quinta e sexta Feira, dias 12 e 13 de outubro eram feriados em Madri. Tomamos o café da manhã na “Confeteria La Flecha” que fica na Avenida Juan Bravo, no centro da cidade. Estávamos todos sentados à mesa nos fundos do restaurante onde dava para se avistar a avenida com seu trânsito caótico e barulhento. De repente, um cidadão que ninguém viu de onde veio, bêbado e impertinente, dirigiu-se para Carlos - um amigo espanhol de Marcos, também presente - e que fora nos apresentado naquele momento, dirigiu-se a ele e com o dedo em riste no nariz, disse: “Usted es el hombre a quiem busco” A principio Carlos não se surpreendeu, mas ao ver o cidadão armado, um sentimento de medo e meio de defesa o incentivou a partir para o revide. Com um pouco de dialogo e considerações, conseguimos contê-lo de sua fúria. O cidadão estava transtornado, furioso e demasiadamente embriagado. Sobre a mesa estava um panfleto impresso em letras garrafais e a três cores, anunciando o espetáculo de tourada que aconteceria naquela tarde em Madri. Aquele dia seria a consagração do famoso toureador Marcelo Pancho, ganhador do famosíssimo prêmio Don Ramon do ano passado. Sua fama já havia extrapolado os limites da Espanha. Esta seria a terceira vez que ele disputaria o prêmio espanhol. A cidade estava em festas. Os bares e confeitarias estavam lotados de apreciadores de touradas. Havia gente de todos os lugares: de Portugal, Itália, França, Alemanha e Bélgica. O cidadão que ofendera Carlos estava fora dos limites. Não tinha noção do que falava e nem domínio de si mesmo. Seu olhar amarelado denunciava a quantidade etílica que havia ingerido. Ao atirar-se contra Carlos, cambaleou e esparramou-se sobre a mesa onde estávamos sentados, quebrando alguns copos e pratos. O garçom agarrou-o imediatamente e o conteve com auxilio de alguns fregueses. A fúria demoníaca do cidadão se transformou num enorme pesadelo para nós, por julgarmos a infusão política separatista, já que o mesmo ostentava uma enorme botoeira na lapela do paletó alusivo à causa basca. Felizmente foi um engano e simplesmente ele havia confundido Carlos com outra pessoa que dias atrás agrediu Marcelo Pancho numa confeitaria em Mahadaonda, por ter dirigido gracejos a sua mulher. Desfeito o mal entendido, continuamos a tomar nosso café, sossegados.
Antes de partirmos para Toledo, andamos um pouco pela Plaza Mayor, como sempre lotada de turistas. Há ao redor da praça vários bares com mesas e cadeiras do lado de fora e sobre as calçadas, assim como várias lojinhas de presentes e lembranças de Madri e outras regiões da Europa. Na Plaza Mayor há de tudo: Lojas, bares, restaurantes, etc.
Ao visitar o estádio Santiago Bernabeu, famosa sede esportiva do Real Madri, logo na entrada, ao subir as escadarias deparamos com as fotos dos jogadores brasileiros Robinho, Ronaldo e o francês Zidane. A foto de Ronaldo é a única que estava pichada. Reproduzia um par de óculos ao redor dos olhos, talvez feitos por algum torcedor fanático, como se pretendesse com isso afirmar que o jogador precisava desse utensílio para enxergar melhor o gol adversário, pois ultimamente sua performance em campo não era das melhores. Por isso tem sido muito criticado. Segundo a imprensa especulativa espanhola o problema de Ronaldo, O Fenômeno, é mulher e balada.
Depois de um exaustivo giro pelas ruas de Madri, seguimos para Toledo, cidade monumento da Espanha, trafegando pela A-42, uma autoestrada bem conservada e de boa pavimentação, com pistas largas e duplas.
A principio, não imaginava a importância daquela cidade situada numa região seca, montanhosa, deserta e de clima quente. Contudo, ao lançarmos o olhar sobre a vista geral da cidade, descobrimos o interesse que tanta gente tem por essa região: Seus castelos e construções medievais. É linda demais! Miguel Saavedra de Cervantes, famoso escritor espanhol morto em 1616, expressou a beleza de Toledo nas seguintes palavras: “Toledo é a glória da Espanha”. Disse tudo! Reconheço e dou fé!. Quem sou eu para descrever Toledo! Porém, vi-a desta maneira. Lá em Toledo é tudo original. Pouca coisa tem o dedo do homem. Lá o homem não destruiu a natureza para fazer obras faraônicas, mas foi por ela brindado e abençoado.
No comments:
Post a Comment