Stilton Cottage - Food Landscape - © Carl Warner Photography |
Embora Desmond O'Grady seja um poeta aclamado em vários países, é praticamente desconhecido em sua terra natal. O poeta que viajou o mundo, passando por Paris, Roma, Pérsia e Egito, viveu uma autêntica vida de artista – um Bacchiacus completo, fiel às suas convicções, e, segundo ele, sem arrependimento. É considerado um Celta errante, que viu o mundo e voltou para suas origins, em Kinsale, que gosta de chamar de seu eremitério.
Desmond O'Grady nasceu em Limerick, em 1935. Partiu da Irlanda na década de 1950 para ensinar e escrever em Paris, Roma e na América, onde teve o seu doutoramento em Harvard, enquanto lecionava como professor assistente. Lecionou também na American University no Cairo e na University of Alexandria, no Egito. Durante o final dos anos 1950 até meados da década de 1970, enquanto lecionava em Roma, foi membro fundador da Comunidade Européia de Escritores, editor Europeu da The Transatlantic Review, e organizador do Festival Internacional de Poesia de Spoleto. Agora vive em Kinsale, Condado de Cork, na Irlanda. Tem várias coleções de poesia publicadas, incluindo The Road Taken: Poems 1956 - 1996 e The Wandering Celt. Dez coleções de poesia traduzida, entre eles Trawling Tradition: Translations 1954 - 1994 e Selected Poems of C. P. Cafavy. É membro da Aosdána, uma associação de artistas criativos da Irlanda.
Não achei muita coisa online do autor, e infelizmente não tive tempo hábil para comprar um dos seus livros. A seleção aqui apresentada foi extraída do trabalho Desmond O’Grady: Influences, de John Liddy.
Ambos cientes
não emitimos palavras
nem atos irrefletidos.
Especialmente você,
parte da minha iniciação
numa sala de estar em Limerick, de papéis
de paredes azuis e pássaros empalhados
em uma mesa com flores
num vaso de vidro
do tamanho de uma cartola.
from Kitty Breedin: Separations (1973)
goodbye down his final long drop,
though he swore he wouldn’t, that noon
over lunch, Spoleto, Italy, crackling whiskey
still from mad Ireland and the Dublin pubs his
hero Yeats never entered. And I believed him,
sort-of. How disbelieve such brave, brazen
bearded head, blessing hands of a maker,
crowfoot eyes like Irish seaboard inlets
of my childhood?
From John Berryman: Separations (1973)
Nas minhas costas, a loucura da cidade
No meu rosto, minha própria sanidade.
from Self-Exile: The Road Taken (1996)
In my face a remote sanity of my own.
from Self-Exile: The Road Taken (1996)
Ele assim o fez. Decisivamente dando
adeus até a última e duradoura gota,
embora jurasse que não partiria, aquele meio-dia
durante o almoço, Spoleto, Itália, uísques delirantes
da alucinada Irlanda e seus pubs Dublinenses, que seu
herói Yeats nunca entrara. E eu acreditei nele,
ou quase. Como não acreditar em tal corajoso, confiante,
confrontador, com coroadas mãos de poeta
e olhos de aranha como as baías irlandesa da minha infância?
De John Berryman: Separações (1973)
goodbye down his final long drop,
though he swore he wouldn’t, that noon
over lunch, Spoleto, Italy, crackling whiskey
still from mad Ireland and the Dublin pubs his
hero Yeats never entered. And I believed him,
sort-of. How disbelieve such brave, brazen
bearded head, blessing hands of a maker,
crowfoot eyes like Irish seaboard inlets
of my childhood?
From John Berryman: Separations (1973)
Trazendo a casa para a estação. Cunneen balançando um odre
para vinho de cabra da Espanha que ele nunca tinha visto,
como um acólito balançando o incensório.
Meu pai, atrás dele, como sempre num cinza clerical,
Cabelo branco brilhante, a mão erguida,
Falando da vida com 'O Poeta' Ryan.
Então, depois de um trago na Casa Branca, fomos para casa.
from Homecoming: The Dark Edge of Europe (1967)
Pulling home now into the station. Cunneen waving
A goatskin of wine from the Spain he has never seen
Like an acolyte swinging a thurible.
My father, behind him, as ever in clerical grey,
White hair shining, his hand raised,
Talking of life to ‘The Poet’ Ryan.
Then, after a drink at the White House, out home.
from Homecoming: The Dark Edge of Europe (1967)
Eduardo Miranda é músico, escritor, poeta, e tradutor. Guitarrista e fundador do grupo WEJAH, atualmente lidera o projeto musical The Virtual Em3, é integrante da banda Wellfish e colabora no Stillwater Project. Publicou Quase (Casa Pyndahýba, poesia, 1998) e as coletâneas Amigos (Casa Pyndahýba, 1994) e Contra Lamúria (Casa Pyndahýba, 1995). Editor de TUDA, também dá expediente em alguns blogs, e nas horas vagas é Consultor de Tecnologia da Informação em Dublin, República da Irlanda.
Eduardo Miranda is musician, writer, poet, and translator. As musician he was WEJAH's lead guitar and co-founder. Nowadays he develops The Virtual Em3 project, leads the guitar in the Wellfish and contributes to the Stillwater Project. As poet and writer, he has published Quase (Casa Pyndahýba, 1998) and the collections Amigos (Casa Pyndahýba, 1994) and Contra Lamúria (Casa Pyndahýba, 1995). Editor of the e-zine TUDA, he also writes in some blogs and works as ICT Consultant in Dublin.
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